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9 DE MARÇO DE 2012

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Isto faz-me lembrar um outro problema, ao qual também estamos a assistir, que é a paralisia total, por

parte do Governo, relativamente aos fundos comunitários do QREN, que deixa as empresas sem resposta às

necessidades que a economia hoje tem. Percebemos que, com esta crise que temos pela frente, com todas

estas medidas recessivas, precisamos da mão amiga — mas não nesse aspeto que referiu — de apoio às

empresas, aos empregos e ao dinamismo da economia que é necessário.

Ainda assim, Sr. Deputado, sem investimento público, em muitas zonas do nosso País a economia fica

ainda mais fragilizada. Por isso, gostaria que o Sr. Deputado me respondesse se, afinal, há ou não

necessidade de investimento público.

Não ignoramos que há aqui uma situação concreta que é necessário esclarecer, esta que trouxe aqui

relativamente ao Europarque. No entanto, nós fazemos a avaliação não de uma situação específica mas da

necessidade da nossa economia no que se refere à questão do investimento público, e gostaria também de o

ouvir sobre isso.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Hortense Martins, agradeço a sua

pergunta e devo dizer-lhe que, efetivamente, defendemos que há a necessidade de responder a um problema

essencial do País, que é a falta de liquidez na economia, e sobre essa matéria fizemos diversas propostas.

Mas também há um dado incontornável: as medidas contracíclicas só serão possíveis com investimento

público.

Sr.ª Deputada, permita-me que, na resposta que lhe vou prestar, note a ausência de qualquer pedido de

esclarecimento por parte das bancadas que apoiam o Governo,…

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Mas fui eu que lhe fiz um pedido de esclarecimento!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … porque, na prática, o que sucede é que parece que o nome Catroga

se assume como um tabu para a direita, para esta maioria que agora governa o País.

Mas, não será Catroga, este Catroga do Europarque, o mesmo que fez o programa eleitoral do PSD? O

mesmo Catroga que participou nos debates do Orçamento do Estado para 2011? O mesmo Catroga que

negociou com a troica, por parte do PSD, o Memorando de Entendimento? Não é o mesmo Catroga?! Afinal,

não é este o mesmo Catroga que está também no Conselho de Administração da EDP, quem sabe, até,

reconhecido por essa facilidade com que lá chegou?!

No fim de contas, há um tabu para esta direita: Eduardo Catroga — o pivô em todas estas situações e que,

no caso paradigmático, foi o avalista do que agora está a custar ao Estado 31 milhões de euros — não

merece, sequer, uma palavra por parte do PSD. A maioria silencia o que as pessoas veem. Afinal, quando se

trata dos desvarios daqueles que fizeram favores ao PSD, nada dizem. Porém, quando se trata de impor

sacrifícios aos portugueses, vão com a força toda.

Esta declaração política foi para mostrar este País: um País do lado dos que se esforçam, dos que

trabalham, das pequenas e médias empresas que se esforçam também, e, do outro lado, um País dos

benefícios aos amigos do costume, que, ora no Europarque, ora na EDP, ora onde calha, são sempre

beneficiados mas que, perante o silêncio da maioria, nunca são criticados.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, trouxe aqui vários

casos e, se fizéssemos um pequeno exercício de memória, podíamos estar aqui todo o tempo das declarações

políticas a enumerar casos do interesse público a ser subjugado ao interesse privado, ao interesse de grupos

privados.