I SÉRIE — NÚMERO 83
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em pouco mais de oito meses, o Governo aprovou legislação da
maior relevância para a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde e a redução dos encargos
do Estado e das famílias com as despesas em produtos de saúde.
Assim, o Governo propôs, e esta Assembleia aprovou, uma lei com o objetivo de promover a entrada de
medicamentos genéricos no mercado, facilitando a resolução de litígios em tribunal, assim assegurando aos
doentes medicamentos mais baratos e reduzindo os encargos dos contribuintes.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Ainda ontem foi publicada a lei que resulta de uma proposta do Governo
em matéria de medicamentos e que consagrou, de uma vez por todas e definitivamente, a regra da prescrição
por denominação comum internacional (DCI).
O Bloco de Esquerda, nesse debate, declarou que nunca acreditou que a prescrição por DCI «visse a luz
do dia». O PS havia-se comprometido, durante anos, a concretizar esta importante alteração, mas nunca
passou do verbo fácil para a realidade. Este Governo e esta maioria enfrentaram as dificuldades das decisões
difíceis e ontem, como disse, foi publicada esta importante alteração em Diário da República.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Também se generalizou a prescrição eletrónica de medicamentos e meios
complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), assim se desmaterializando todo o ciclo de prescrição,
dispensa e conferência da faturação do medicamento e dos MCDT.
Mas o Governo teve também a coragem de, em cumprimento das obrigações do memorando da troica,
proceder a um «aumento das taxas moderadoras» e a «uma revisão substancial das categorias de isenção»
das referidas taxas,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Uma vergonha!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — … é certo que aumentando significativamente o universo de utentes isentos
do seu pagamento por razões económicas, cujo número passou de cinco para cerca de sete milhões de
portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está muito enganado!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — E o Governo estabeleceu um princípio de forte exigência na gestão
hospitalar ao tomar medidas decididas para o controlo da despesa e o combate ao doentio endividamento em
que os nossos hospitais se acostumaram a viver ao longo de várias décadas.
Esta semana, foi determinada pelo Sr. Ministro da Saúde a obrigatoriedade de autorização, por parte da
tutela, para a assunção de despesas com obras acima dos 100 000 €. O tempo de gastar o dinheiro dos
contribuintes «sem rei nem roque» acabou.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Por muito que isso custe a alguns, e admitindo que outros o
possam não compreender ainda, estamos no bom caminho.
Não tenhamos dúvidas de que a extrema-esquerda e alguns saudosos socialistas aproveitarão todas as
dificuldades, explorarão todos os sacrifícios, empolarão tudo o que correr menos bem, para tentar agitar a
opinião pública, para tentar «parasitar» o aperto financeiro em que vivem muitas famílias portuguesas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.