24 DE MAIO DE 2012
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nosso acordo, aliás, quase me atreveria a dizer, o acordo de todas as bancadas. Penso que poderíamos ter o
acordo de todas as bancadas.
O Sr. Honório Novo (PCP): — O senhor está a sonhar com ladrões!…
O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — A pergunta que lhe faço, Sr. Deputado Carlos Costa Neves, é no
sentido de saber se entende, ou não, que, ao fazer este esforço, a nossa maioria, que é uma maioria absoluta
e que discorda de muito do preâmbulo do projeto de resolução que hoje o PS aqui nos traz e do muito que é
dito contra este Governo, soube estar à altura do essencial, e que o essencial, neste caso, se chama Portugal.
Sr. Deputado Carlos Costa Neves, considera, ou não, que foi precisamente a busca que nos une, como V.
Ex.ª bem disse, muito mais do que aquilo que nos desune, o facto de este Governo estar a cumprir com as
suas responsabilidades internacionais e de termos sido dos primeiros países a retificar o tratado orçamental
aquilo que criou condições para chegarmos efetivamente hoje a este consenso indispensável para o futuro de
Portugal?
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Costa Neves.
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Serpa Oliva, gostaria de
agradecer a sua pergunta e o facto de ter aproveitado para reforçar, fazendo uma referência forte, alguns dos
princípios e orientações que têm servido de base à atuação do Governo em que ambos os partidos de que
fazemos parte partilham responsabilidades.
Temos sido, como o Sr. Deputado dizia, muito claros na distinção que fazemos entre o que é a espuma dos
dias, ou a espuma das posições de circunstância, e aquilo que é essencial.
O Sr. Deputado, que partilha comigo atividade na Comissão de Assuntos Europeus, sabe bem que os
debates que temos nessa Comissão procuram ir ao essencial, são debates que revelam bastante trabalho de
quem neles participa e são debates que deviam dar cada vez mais lastro às posições que depois se assumem
em Plenário. Digo isto porque, como muitas vezes esses debates não são tidos debaixo dos holofotes da
opinião pública, são tidos entre nós e, embora sejam discussões sérias, não têm eco no exterior, percebe-se
que frequentemente é aí mais fácil divisar os consensos, procuramos mais aquilo que nos aproxima do que
aquilo que nos afasta.
Nos tempos que correm, como tive oportunidade de referir na minha intervenção, tinha efetivamente de
haver vários momentos, várias etapas, vários patamares. Sem restabelecer a confiança não seria possível
falar em solidariedade e em trabalho conjunto. No meio da desconfiança nada é possível cultivar. Criadas as
condições para o restabelecimento dessa confiança, cá estamos nós a defender a passagem à segunda
etapa, aquilo que sempre legitimou a ação da União Europeia, que é a sua preocupação com o objetivo
essencial do desenvolvimento sustentável, daquele desenvolvimento que só assim pode ser designado porque
contribui para uma vida melhor dos cidadãos.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Rodrigues.
O Sr. José Manuel Rodrigues (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O CDS reafirma que
não se revê nos considerandos do preâmbulo deste projeto de resolução do PS. Os seus fundamentos
parecem indiciar uma dicotomia e até oposição entre o rigor orçamental e o crescimento económico, que,
afinal, não existe, antes pelo contrário.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!