O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 13

14

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Mas, quando olhamos para as exportações, vemos que aqueles setores

que, do ponto de vista do futuro, poderiam dar mais equipamentos, máquinas, etc., não estão a correr tão bem

quanto isso, pois não, Sr. Ministro?! E sabemos que estas ideias que volta e meia aparecem, seja de pastéis

de nata, de petróleo no Beato ou do que for, não vão resultando, não é?!

O Sr. João Semedo (BE): — Bem lembrado!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Que ignorância!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Portanto, na verdade, a balança comercial diz-nos muito pouco do futuro.

Há uma deflação do euro, como sabemos, o que inflaciona ligeiramente e permite que os resultados

possam parecer melhores, mas, do ponto de vista estrutural, zero! E não temos produção!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada já demonstrou que não sabe coisa nenhuma!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Chegamos, então, a este ponto fundamental: precisamos de produzir

mais, de crescer. O Sr. Ministro dizia: «É preciso crescer».

Vamos, pois, falar da produção e das dificuldades reais das empresas que produzem e que podem dar

emprego. É disto que vamos falar! Estas empresas têm o maior problema de sempre, que é o do acesso ao

crédito. E aqui revela-se a segunda falência do Governo. É que, se a balança comercial não dá nenhuma

perspetiva para o futuro, bom, a credibilidade de Portugal também não se vê, porque a credibilidade servia

para se conseguir financiamento a mais baixo custo. Era para isto que a credibilidade servia, para se

conseguir financiar a economia portuguesa. Mas não se consegue!

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Termino já, Sr.ª Presidente.

O que temos, neste momento, é que as empresas portuguesas se financiam a mais do dobro da média da

zona euro, mais até do que na Grécia. Veja lá, Sr. Ministro!… É mais difícil uma empresa financiar-se em

Portugal do que na Grécia.

Portanto, se o crescimento é a solução, a pergunta muito concreta que lhe faço é a seguinte: vai ou não o

Governo pôr a Caixa Geral de Depósitos a funcionar como banco público que deve ser e a financiar as

empresas, a economia real e a criação de emprego?!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia e do Emprego, é preciso

descaramento!

Vozes do PSD: — Pois é, é!

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — O senhor representa um Governo que falhou a execução do Orçamento do

Estado para 2012, que nos vai fazer pagar mais 2500 milhões de euros no próximo ano, que criou 175 000

novos desempregados.

O senhor representa um Governo que não conseguiu formular um Orçamento exequível para 2013, como

dizem todos os especialistas de todos os quadrantes políticos.

Por isso, Sr. Ministro, é preciso descaramento para fazer aqui este discurso. Nós já sabíamos que o senhor

era um ministro remodelável, mas, hoje, percebemos que a maioria o enviou aqui para simular, para fazer uma

pantomina teatral, para animar uma bancada que está completamente em desagregação.