19 DE OUTUBRO DE 2012
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Esta é a hora da verdade para todos os portugueses. O interesse
nacional tem de nos levar, a todos, a pôr de parte a baixa política, as crises artificiais e a crítica mesquinha.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS, batendo com as mãos nos tampos das bancadas.
Vamos todos fazer aquilo que os portugueses esperam de nós: política é decidir e pensar no futuro. Vamos
todos defender Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, conforme anunciei previamente, a Mesa registou a inscrição, para
pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Agostinho Lopes, do Sr. Deputado Nuno Matias.
Informo que há também inscrições para pedir esclarecimentos ao Sr. Ministro da Economia e Emprego.
Tem agora a palavra o Sr. Deputado Nuno Matias.
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados,
começo por cumprimentar o Sr. Deputado Agostinho Lopes.
Quando se fala em políticas de alternativa importa, em primeiro lugar, desmistificar algumas das premissas
que são apresentadas pelo PCP.
Comecemos pela questão da troica.
Em primeiro lugar, não foi a troica que pediu para vir para Portugal. Fomos nós que pedimos a ajuda,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — «Nós», não!
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — … depois de seis anos em que o endividamento público passou de 90
para 174 000 milhões de euros.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Alguém, se lembra? Parece que o Partido Socialista, infelizmente, continua a querer esquecer-se!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esse é um problema das vossas bancadas!
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — A troica não veio aqui impor as condições. Veio em nosso auxílio e
para isso importa que todos nós, em conjunto, encontremos um caminho de reajustamento que nos permita
voltar a crescer, a criar emprego, com consciência social, mas dentro daquela que é a nossa riqueza criada e
não endividando-nos de forma artificial.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — Segunda premissa que importa esclarecer: para o PCP, o Estado deve
agir mais, deve investir mais, não deve privatizar. Mas a questão é: como é que se faz isto num Estado
endividado, sem dinheiro e com poucos recursos? Qual é a alternativa que o PCP tem a apresentar que não
envolva aumentar impostos, intervindo, então, o Estado, como defende?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não brinque!
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — É esse o objetivo do PCP?