27 DE NOVEMBRO DE 2012
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O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — E vou dizer-lhe mais, Sr.
Deputado: vai ter de começar a ler melhor os documentos…
O Sr. Nuno Sá (PS): — Tenho-os aqui! É zero!
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — … e vai ter de começar a ler o
Decreto-Lei n.º 70/2010, nomeadamente a alínea c) do n.º 2, que passou a aplicar, relativamente ao
pagamento de prestações de alimentos no âmbito do Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores, a
condição de recurso. A condição de recurso que agora o senhor está a dizer que nós estamos a aplicar. O
senhor devia meter a mão na consciência e saber que estamos a aumentar de 408 para 419 € a prestação de
alimentos. Relativamente a esta matéria, ao contrário do Presidente do vosso grupo parlamentar, que o
reconheceu, o senhor nada disse.
Mas queria dizer-lhe ainda mais, Sr. Deputado: relativamente ao Programa de Emergência Social, não há
coisas que custam só dinheiro. É que fazer o trabalho não é só gastar dinheiro. Por exemplo, o banco de
medicamentos, que apresentámos há oito dias, apesar de só começar a funcionar a partir de 1 de dezembro,
como anunciámos, hoje já tem na sua base 11 000 medicamentos para as instituições sociais e para as
pessoas mais carenciadas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É que, Sr. Deputado, nós não fazemos de conta. É por isso que eu queria, mais uma vez, voltar a dizer-lhe
que a taxa de execução do Programa de Emergência Social já ultrapassa os 70% e o Sr. Deputado, por muito
que se esforce para tentar desvalorizar esse trabalho, nunca lá conseguirá chegar com esse tipo de
afirmações.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, é
verdadeiramente extraordinário ver as bancadas do PSD e do CDS-PP preocupadas relativamente aos pobres
e aos mais pobres do nosso País…
Protestos do PSD.
… quando estão a preparar-se para aprovar um Orçamento do Estado que corta nos salários, rouba nas
pensões, corta no subsídio de doença, corta no subsídio de desemprego e atira cada vez mais pessoas para a
pobreza.
Mas, relativamente ao fundo de pensões de alimentos, a verdade, Sr. Secretário de Estado, é que, com
esta alteração à legislação, limitam o universo, aplicam a condição de recurso e cada vez mais crianças que
hoje recebem vão deixar de receber por causa da alteração legislativa que promovem neste Orçamento do
Estado.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, de novo, a palavra o Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança
Social.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr.ª Presidente, uma afirmação
feita muitas vezes não se transformará numa verdade, por muito que tentem.