I SÉRIE — NÚMERO 49
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Declarações de voto enviadas à Mesa, para publicação
Relativas ao projeto de resolução n.º 501/XII (2.ª) (PSD e CDS-PP):
Relativamente ao projeto de resolução n.º 501/XII (2.ª), apresentado pelos Grupos Parlamentares do PSD e
do CDS-PP, as Deputadas subscritoras reconhecem a importância fundamental de uma maior presença da
temática da agricultura e mar na programação da RTP enquanto componente de serviço público, bem
expressa nos considerandos da iniciativa.
Não obstante, estão as mesmas Deputadas bem cientes dos imperativos decorrentes da autonomia
editorial da RTP e da impossibilidade de ingerência do Governo na mesma, razão pela qual consideram que —
tal como foi, de resto, sublinhado no debate em Plenário desta iniciativa — a recomendação aprovada só
poderá ser ponderada pelo Governo com a RTP no contexto da revisão do contrato de concessão da RTP a
acontecer neste ano de 2013.
As Deputadas do PSD, Francisca Almeida — Carla Rodrigues.
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Os Deputados do Grupo Parlamentar do PS, abaixo assinados, votaram contra o projeto de resolução
suprarreferenciado com os seguintes fundamentos:
— por considerarem que uma específica recomendação da Assembleia da República, em matéria de
programação da RTP, compromete o princípio constitucional da independência dos órgãos de comunicação
social, incluindo os do serviço público de televisão e de rádio, perante os órgãos do poder político;
— por considerarem que o âmbito material do serviço público deve decorrer do cumprimento do contrato de
concessão e que a avaliação institucional desse grau de cumprimento compete ao Conselho de Opinião da
RTP e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), não devendo, em nenhum caso, quer o
Governo quer a Assembleia da República ingerirem, em concreto, na autonomia de decisão, quanto a
conteúdos, por parte dos órgãos estatutários da RTP, nos termos da Lei da Televisão;
— por considerarem ainda que é o contrato de concessão, nos momentos originário da sua elaboração ou
das suas revisões — e aí abertas a prévio debate público —, que deve incluir as linhas de definição essencial
do que venham a ser os conteúdos do referido serviço público e que tal procedimento em nenhuma
circunstância pode ser confundido com individuais e concretas orientações políticas, por melhor fundadas que
estas se procurem reivindicar na interpretação do interesse público;
— por entenderem que quaisquer ponderações do interesse público, dirigidas aos conteúdos da
comunicação social, estão sempre sujeitas a uma valoração de oportunidade, no plano político, e que tal é
incompatível com o princípio da liberdade de informação, sendo que este é um valor inderrogável na
sociedade aberta, pluralista e democrática;
— por considerarem, em conclusão, que só onde a lei permitir — e não é o caso — que interesses
valorados pelo Estado possam concretizar-se em obrigações concretas de serviço público, aí se poderá
admitir uma orientação legítima de entidades externas aos responsáveis institucionais do serviço público de
comunicação social, no domínio dos conteúdos de informação e programação.
Os Deputados do PS, Jorge Lacão — Ricardo Rodrigues — Filipe Neto Brandão — Sérgio Sousa Pinto —
Isabel Alves Moreira — Isabel Oneto — João Galamba — Elza Pais — Pedro Jesus Marques — Nuno André
Figueiredo — Ferro Rodrigues — José Lello — Luís Pita Ameixa — Ana Paula Vitorino — Miguel Coelho —
Laurentino Dias — Acácio Pinto — Helena André — Gabriela Canavilhas — Sónia Fertuzinhos — Ana
Catarina Mendonça.
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