3 DE MAIO DE 2013
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A apresentação pelo Governo do Documento de Estratégia Orçamental, com o propósito de cortar mais
6000 milhões de euros nas funções sociais do Estado e nos serviços públicos, a adoção de novas benesses
para o grande capital, a previsão de mais recessão económica e mais desemprego e do garrote da dívida até,
pelo menos, ao ano 2037, são a comprovação de que os promotores desta política querem impor décadas de
retrocesso e são a comprovação de que esta política é uma política de desastre nacional.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — O País não aguenta mais! O País precisa de uma nova política.
Aplausos do PCP.
É a necessidade e o conteúdo essencial dessa política que o PCP traz hoje a debate da Assembleia da
República. É por isso também significativo que o Governo, que se desdobra em operações de propaganda e
propostas de ficção sobre o crescimento económico, esteja ausente e se exclua deste debate.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — A política de que o País precisa passa pela rejeição da aplicação do
Memorando com a troica, desse pacto de agressão contra os trabalhadores, o povo e o País, subscrito pelo
PS, pelo PSD e pelo CDS-PP, e pela rutura com a política de direita. Tem que ser uma política nova e sem a
rejeição do pacto de agressão só há a velha política de direita!
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — A política patriótica e de esquerda, a nova política que propomos ao
povo português assenta em elementos essenciais diferenciadores.
A política patriótica e de esquerda integra a renegociação imediata da dívida pública, nos seus prazos,
montantes e juros, com a identificação da sua parte ilegítima e a definição de moratórias e outras condições de
pagamento compatíveis com o crescimento económico e as necessidades sociais, designadamente indexando
o serviço da dívida a uma percentagem das exportações.
A política patriótica e de esquerda passa pela diversificação das relações internacionais no plano financeiro
e no plano económico, por uma estratégia de convergência com países da União Europeia com situações
semelhantes à de Portugal para estabelecer condições adequadas à sua situação, a par da promoção do
aforro interno.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — A política patriótica e de esquerda implica o fim das políticas de
benefício aos grupos económicos e financeiros e de prejuízo do interesse público, impõe a reavaliação urgente
de todas as PPP, visando a sua renegociação e a redução muito substancial dos respetivos encargos e a
cessação — mesmo que unilateral — de todos os contratos que se mostrem ruinosos.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Impõe a eliminação das rendas excessivas do setor electroprodutor e
noutros setores, como nas telecomunicações, gás natural e combustíveis, com reflexo imediato nas tarifas dos
consumidores domésticos e das empresas; impõe o resgate das operações de contratos swap e a
consequente redução drástica dos encargos para as empresas públicas, que delas resultam; impõe uma
política fiscal mais justa e de aumento da tributação dos lucros e dividendos do grande capital; e impõe o
aproveitamento integral das capacidades da administração pública, promovendo a eliminação de contratação