9 DE MAIO DE 2013
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É por isso, pela iniciativa de contato e de mobilização das populações e dos utentes, que estamos hoje a
discutir a possibilidade da reabertura imediata das urgências do Hospital dos Covões e do seu funcionamento
24 horas/dia.
Para além de muitas outras virtudes, esta petição tem a virtude de descontar a propaganda do Governo
quando muitas vezes enuncia o princípio da racionalização. A racionalização de serviços públicos, para este
Governo, quer dizer concentrar serviços, encerrar valências, desmantelar à peça o Serviço Nacional de Saúde.
O Hospital dos Covões e a situação do seu serviço de urgências são bem o exemplo claro desta estratégia do
Governo de desmantelar à peça o Serviço Nacional de Saúde, criando condições objetivas de favorecimento
do negócio da doença e dos grupos económicos em torno da saúde.
Importa dizer que estas urgências dão resposta a cerca de 400 000 utentes e que a sua manutenção é
fundamental.
Passado um ano sobre a fusão desta unidade de saúde com outros hospitais, o Governo decidiu encerrá-la
a partir das 20 horas. Hoje é mais claro que o objetivo de fundo é o desmantelamento deste hospital. Mas as
populações e os utentes não o vão permitir.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para apresentar o projeto de resolução do Bloco de Esquerda, tem
a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, em primeiro lugar, dirijo as saudações
do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda a todas e todos os peticionários que, neste caso concreto,
ultrapassam os 5000.
Os peticionários contestam o encerramento das urgências noturnas do Hospital dos Covões, em Coimbra,
e enquadram este caso num contexto mais geral de encerramento de serviços de saúde de proximidade e de
várias valências médicas em diversos concelhos limítrofes de Coimbra.
Estas urgências abrangem cerca de 400 000 utentes. É perante esta situação muito concreta e com
consequências previsíveis muito dramáticas, que já estão a verificar-se, que discutimos este assunto e que
esta petição foi apresentada na Assembleia da República.
Esta matéria preocupou o Bloco de Esquerda desde a primeira hora. Fizemos um pedido de audição da
Administração Regional de Saúde do Centro, que infelizmente foi rejeitado pela maioria do PSD e do CDS,
que assim recusou o debate desta questão em sede de Assembleia da República.
Fizemos uma pergunta ao Governo sobre a situação das urgências do Hospital dos Covões e ainda hoje
não obtivemos resposta, embora todos os prazos tenham sido ultrapassados.
Coimbra não é caso único no País. A reorganização hospitalar, a reorganização dos serviços de urgência e
de emergência, na linguagem do Governo, é sinónimo de encerramento. É isto que significa. Por isso,
apresentamos uma resolução para que qualquer processo de reorganização tenha de ter um período de
discussão pública. As populações, os trabalhadores dos hospitais e a Assembleia da Republica têm de ser
ouvidos e chega de sermos confrontados com fatos consumados de encerramentos que colocam em causa o
direito das populações à saúde.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Nilza de
Sena.
A Sr. Nilza de Sena (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Discutimos, neste ponto da ordem de
trabalhos, fundamentalmente, uma petição, apresentada por 5360 cidadãos, que desde já aproveito para
saudar, através da qual pretendem o não encerramento das urgências noturnas do Hospital dos Covões, em
Coimbra.