31 DE JANEIRO DE 2014
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No entanto, e respondendo ao que a Sr.ª Deputada Maria Manuela Tender disse, de que neste momento
há mais cidadãos isentos de taxas,…
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — E há!
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — … queria recordar o seguinte, Sr.ª Deputada: relativamente ao montante
de apuramento da isenção, há mais portugueses na categoria da insuficiência económica, sobretudo. Sabe
porquê, Sr.ª Deputada? Tem a ver com o empobrecimento dos portugueses. Decorrente de quê? Decorrente
das medidas do Governo que V. Ex.ª apoia. É por isso que há mais utentes isentos no Serviço Nacional de
Saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Pedindo igual tolerância dos oradores anteriores, termino já, Sr.
Presidente.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Não houve muita tolerância, mas mantenho a mesma lógica.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Queria recordar outra coisa, Sr.ª Deputada: a forma de cálculo do
montante mensal é independente do número de membros do agregado familiar. É indiferente, para este
Governo, que uma família tenha dependentes ou não, tenha um ou mais filhos, é indiferente e, para nós, isso
também não é aceitável. E o Sr. Provedor de Justiça também já se manifestou quanto a isso e impôs que o
Governo alterasse essas regras, porque não podem ficar indiferentes à composição do agregado familiar. Por
isso, impunha-se essa alteração.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Nós não podemos, como princípio geral, acompanhar as iniciativas
legislativas que aqui são propostas, mas também não podemos concordar com o sistema quer das taxas
moderadoras quer do transporte de doentes não urgentes atualmente em vigor.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, para uma segunda intervenção, a Sr.ª Deputada
Helena Pinto, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Compreendo a posição agora
assumida pela Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, mas, já agora, o PS podia ter apresentado uma proposta,
porque isso de ficar na terra de ninguém, não acompanham uns, nem acompanham outros, também não pode
ser, Sr.ª Deputada! Convenhamos, isto é um assunto importante, penso eu!
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Mas nós vamos apresentar!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Mas continuando…
Já agora, Sr.ª Deputada Manuela Tender, falou da agenda demagógica e eu queria aproveitar estes
segundos de que ainda disponho para falar da agenda demagógica.
Não foi há muito tempo — foi ontem — que o seu partido, o PSD, da tribuna, fez uma declaração política
sobre questões da demografia e dos incentivos à natalidade e da proteção da família. Foi ontem que ouvimos
a bancada do CDS falar que havia menos natalidade porque o conceito de família, no ocidente, estava a ser
posto em causa e, por isso, é que havia menos natalidade. Então, falemos de demagogia! Como é que a Sr.ª