I SÉRIE — NÚMERO 46
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ocorreu justamente entre 2008 e 2010, período em que as regras adotadas foram manifestamente
insuficientes para a monitorização financeira que se impunha fazer.
Sexto: desde 2011 não foram celebrados novos contratos de swap,…
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — É falso!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — … tendo o atual Governo, a partir desse ano, recolhido
informação sobre a situação, adaptando os instrumentos legais aplicáveis, e tomado decisões, que são
públicas, com vista a estancar o problema, tendo alguns bancos admitido terem sofrido perdas financeiras
significativas com o acordo celebrado no sentido de cancelar os contratos. Foram efetuadas mudanças de
procedimentos pelo atual Governo no sentido de evitar que a situação de descontrolo dos anos anteriores
possa repetir-se.
Sr.as
e Srs. Deputados: Duas notas finais, igualmente objetivas e irrefutáveis.
A primeira para evidenciar que das 69 conclusões tiradas neste relatório, a grande maioria foi aprovada por
todos os partidos, com exceção do Partido Socialista, tendo registado, pois, um consenso político bem
alargado.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Essa é que é a verdade!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — A última nota para constatar que esta Comissão de Inquérito,
este relatório, não se limitou a tirar conclusões. Mais do que isso: foram avançadas várias recomendações a
todos os agentes envolvidos. Ou seja, analisou o passado e pôs os olhos no futuro.
A verdade, afinal, Sr.as
e Srs. Deputados, é muito simples: o que aconteceu neste domínio, sobretudo entre
2008 e 2010, não devia ter acontecido! Importa garantir, agora, que essas situações não voltem a repetir-se.
É o que o País e o interesse nacional exigem.
É o que o cidadão, em concreto, reclama.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para apresentar o projeto de resolução n.º 932/XII (3.ª), do PCP, que já foi
identificado e que é debatido em conjunto com o relatório, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Ao fim de vários meses de intenso trabalho, da
realização de dezenas de audições e da análise de milhares de documentos, a Comissão de Inquérito aos
swaps dispunha de informação que lhe permitia tirar conclusões sólidas, identificando os responsáveis, todos
os responsáveis, por mais um escândalo financeiro em que a banca lucra e os portugueses pagam.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Esta não foi, contudo, a opção da maioria PSD/CDS. Evidenciou, no relatório
final da Comissão, as sérias responsabilidades do anterior Governo PS, assim como dos gestores das
empresas públicas, mas procedeu a um despudorado branqueamento das responsabilidades do atual Governo
e da Ministra das Finanças, não hesitando em omitir e distorcer múltiplos factos inequivocamente apurados
durante os trabalhos da Comissão.
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Apesar de terem posto no relatório final uma narrativa tendenciosa, que iliba o
atual Governo de responsabilidades na negociata dos swaps, a maioria não conseguiu, nem conseguirá,
apagar os factos apurados ao longo dos últimos meses.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!