15 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … não é, do nosso ponto de vista, razoável e não é, do nosso ponto de
vista, aceitável.
Perante isto, dois caminhos possíveis: o do Partido Socialista, que é um caminho de mediação, ou seja,
contar com organismos que já existem para fazer umas reuniões, envolver os partidos e tentar encontrar um
mecanismo de mediação para resolver este assunto — é uma ideia, é uma teoria, estou de acordo, mas, no
fundo, não nos garante que haja resolução deste problema —, e o da maioria. A abordagem que fizemos foi
esta: no período de campanha eleitoral, é indiscutível que o tratamento tem de ser absoluto, fechado e igual
para todos, mas tentámos distinguir o período de campanha eleitoral da chamada «pré-campanha eleitoral,
isto é, o momento que vai entre a convocação das eleições e o início da campanha eleitoral e, neste período,
permitirmos e reforçarmos alguma ideia de liberdade editorial. Ou seja, procuramos chamar ao consenso os
responsáveis editoriais, os responsáveis jornalísticos, estabelecendo um limite que, para nós, CDS, é muito
relevante, que é o de os partidos que têm a sua história firmada na democracia portuguesa, que, eleição após
eleição, seja para a Assembleia da República, seja para o Parlamento Europeu, seja para as autarquias, são
partidos com representação parlamentar, que aqui estão todos os dias, não poderem, em nenhuma
circunstância, ser excluídos dos critérios editoriais.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Isso, para nós, é uma visão de limite. E, de alguma forma, foi isto que
aconteceu anos a fio, quando tínhamos debates onde, obviamente, todos os partidos com representação
parlamentar eram participantes, eram ouvidos e tinham tratamento jornalístico e, depois, os outros poderiam
até ter um outro espaço. Isto é um mínimo razoável e, por isso, temos essa limitação claríssima na lei.
Devo dizer que estou de acordo com muitas afirmações que a Sr.ª Deputada Cecília Honório fez. É
razoável a forma como abordou estas questões. Estou de acordo consigo, por exemplo, quando diz que é
muito menos compreensível que a RTP, com o estatuto que tem, tenha também aderido a uma espécie de
boicote durante as eleições autárquicas. É inaceitável, do meu ponto de vista! Só não a acompanho
completamente nas críticas à tutela, Sr.ª Deputada, porque, nesse caso, também sabemos o que sucede: se a
tutela não intervém e não dá instruções à RTP é porque não faz nada; se toma uma posição e tem
intervenção, como é evidente, já é ingerência.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Portanto, aí, já não a posso acompanhar completamente, e a Sr.ª
Deputada sabe a sensibilidade que tem qualquer intervenção da tutela em matéria editorial ou de critério
jornalístico.
Entendemos que nesta matéria alguma coisa terá de ser feita e não queremos ser o travão ou a dificuldade
para que este processo se possa concretizar. Há partidos que pedem enorme urgência — e, logo à partida, o
Partido Socialista —, mas também lhe dizemos, Sr.ª Deputada, e é assim que abordamos este processo, que
consideramos que não é possível fazer um processo destes sem ouvir as principais entidades envolvidas, sem
ouvir os interessados, sem envolver os partidos, sem ouvir a imprensa, sem ouvir as televisões, sem ouvir os
organismos que já têm competências hoje em dia, como a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e
a Comissão Nacional de Eleições. Portanto, vamos ver se é possível fazê-lo, mas dentro dos limites do bom
senso e daquilo que é razoável e, desse ponto de vista, com a ponderação necessária e suficiente.
Quanto à repartição de competências, que é uma questão que também aqui foi levantada, quero dizer que
não pretendemos uma competência exclusiva da ERC nestas matérias. Estamos dispostos a reforçar a
competência da ERC no que exclusivamente ao tratamento jornalístico diz respeito, mas, sublinhamos, sem
excluir as competências que já existem de outros organismos, e que são extremamente importantes, em
matéria de processo eleitoral.