I SÉRIE — NÚMERO 8
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 9 minutos.
Peço aos Srs. Agentes de autoridade o favor de abrirem as galerias.
A nossa ordem do dia é a seguinte: ponto 1, debate de urgência, requerido pelo PCP, sobre política de
transportes. Segue-se, como ponto 2, o debate conjunto, na generalidade, da proposta de lei n.º 248/XII (4.ª)
— Autoriza o Governo a definir os termos e as condições para o acesso à profissão de ama e o exercício da
respetiva atividade e do projeto de lei n.º 668/XII (4.ª) — Revê o regime laboral das amas (PCP). Por último, o
ponto 3 consiste na discussão conjunta, na generalidade, dos projetos de lei n.os
660/XII (4.ª) — Estabelece
um número máximo de alunos por turma e por docente nos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário (BE), 559/XII (3.ª) — Estabelece o número mínimo e máximo de alunos por turma
(PS), 667/XII (4.ª) — Estabelece medidas de redução do número de alunos por turma visando a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem (PCP) e 669/XII (4.ª) — Estipula o número máximo de alunos por turma (Os
Verdes).
Vou dar a palavra ao Sr. Secretário para proceder à leitura do expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, deu entrada na Mesa e foi admitida por V. Ex.ª um
única iniciativa legislativa. Trata-se do projeto de resolução n.º 1120/XII (4.ª) — Renegociar a dívida, preparar
o País para a saída do Euro e retomar o controlo público da banca para abrir caminho a uma política soberana
de desenvolvimento nacional (PCP), que baixou à 5.ª Comissão.
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, vamos dar início ao debate de urgência, requerido
pelo PCP, sobre política de transportes.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: A política
de transportes do atual Governo PSD/CDS-PP tem seguido três eixos fundamentais.
Primeiro: transformar serviços públicos em negócios privados, não ao serviço do povo e do País mas ao
serviço dos interesses dos grupos económicos.
Segundo: penalizar de uma forma brutal os trabalhadores e os utentes das empresas do setor com
aumentos de preços, encerramento de serviços, cortes salariais, congelamentos de carreiras, ataques aos
direitos, perseguições e represálias, etc., etc., etc.
Terceiro: sacrificar setores decisivos para a vida das pessoas, estratégicos para a economia, vitais para a
gestão dos recursos do País — energéticos, ambientais, etc. — e para a própria soberania nacional, ao sabor
das agendas das multinacionais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — À pressa e pela calada, no recato do Conselho de Ministros, o Governo
aprovou o «quadro jurídico», seja lá o que isso for, que abre a porta às novas PPP, apresentadas como
concessões nos transportes públicos de Lisboa, com a Carris e o Metropolitano de Lisboa na mira e a
Transtejo/Soflusa na calha.
No Porto, avança já há mais tempo, com uma total falta de transparência e de respeito pelos trabalhadores
e pelas populações, o processo no mesmo sentido em relação à STCP (Sociedade de Transportes Coletivos
do Porto) e à Metro do Porto.
A experiência desastrosa para o interesse público que se verifica há anos na Metro do Porto, uma PPP
lançada por uma empresa pública,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!