I SÉRIE — NÚMERO 9
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medicamentos (só os utentes pouparam mais de 300 milhões de euros) ou, ainda, a implementação da
vacinação gratuita contra a gripe para pessoas com mais de 65 anos.
Foi com este Governo que se promoveram medidas concretas de melhoria da qualidade, como o
comprovam as 122 normas de orientação clínica já publicadas.
Foi com este Governo que se desencadeou o combate ao desperdício, à fraude e às margens de lucro
excessivas de diversos agentes, combate traduzido em poupança de centenas de milhões de euros para os
nossos contribuintes.
E mesmo quando o radicalismo mais sectário pretende que o atual Governo fez cortes na saúde além dos
acordados com a troica, vale a pena lembrar que o Memorandoinicial, de maio de 2011, previa, em 2012 e
2013, cortes de 1758 milhões de euros, e a verdade é que esses cortes não foram além dos 710 milhões de
euros, ou seja, menos de metade daquilo a que o PS comprometeu o País! Repito: menos de metade daquilo
a que o PS comprometeu o País no Memorando inicial.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, apesar do muito que foi feito nos últimos
três anos para garantir a própria viabilidade do SNS, reconhecemos que muito há ainda por fazer.
Os desafios que se colocam são enormes, a começar pela pressão do envelhecimento da população e
pelos custos da inovação em saúde.
Aqui chegados, Portugal precisa — e os portugueses merecem dos responsáveis políticos — da busca de
entendimentos que vão além do horizonte de uma legislatura.
O País necessita de um verdadeiro pacto para a saúde que contemple a resposta a questões tão decisivas
como as de saber quanto estamos dispostos a gastar para mantermos o modelo de saúde atual — universal,
geral e tendencialmente gratuito — ou que reformas estamos dispostos a fazer para garantir a sustentabilidade
futura do SNS.
É neste contexto, e não se conhecendo do novo líder do Partido Socialista qualquer ideia ou contributo
válido sobre estas questões, já que, sobre saúde, o Dr. António Costa não foi ainda além de banalidades e de
piedosas declarações para agradar a auditórios de circunstância, é preciso, é forçoso que este PS
rapidamente diga ao País ao que vem e que propostas tem para assegurar o futuro do SNS.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Estão muito preocupados com António Costa!
O Sr. Nuno Reis (PSD): — Hoje, mais do que nunca, importa ter nesta Casa um debate clarificador. E para
isso é preciso que o PS partilhe na Assembleia o seu pensamento e as suas propostas sobre o SNS e se
defina quanto à disponibilidade para um pacto de regimenuma área tão importante quanto a da saúde. Um
debate que não se rebaixe ao aproveitamento de notícias avulsas, um debate que recuse alarmismos
injustificados, um debate baseado em evidências objetivas, um debate que vá além da navegação à vista ou
da mera espuma dos dias.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Ivo
Oliveira.
O Sr. Ivo Oliveira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Reis, fez uma intervenção muito laudatória
do papel deste Governo no Serviço Nacional de Saúde, mas a verdade é que a acessibilidade dos
portugueses ao Serviço Nacional de Saúde não melhorou com este Governo, e os portugueses sabem bem
que é com o PS, e só com o PS — e o Sr. Deputado Nuno Reis referiu-o no final da sua intervenção —, que
podem contar no que diz respeito à saúde.
Vozes do PS: — Muito bem!