I SÉRIE — NÚMERO 18
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O Sr. Ministro da Economia: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Ana Paula Vitorino, como é que eu não
haveria de ficar zen, até um pouco corado, depois de ouvir a Sr.ª Deputada?!
Ainda bem que lhe pareço um encanto!
Risos.
Para mim, Sr.ª Deputada, a senhora é sempre uma presença encantadora.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Relativamente às questões que me colocou, depois dos simpáticos comentários que me fez, deixe-me
dizer-lhe, objetivamente, e creio que com isto também respondo a algumas inquietações, algumas das quais
partilho, no que diz respeito ao crédito, aqui deixadas pelo Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é agora…
O Sr. Ministro da Economia: — A produção industrial acumulada até ao fim de agosto cresceu 2,5%,
relativamente ao mesmo período do ano passado; em setembro caiu,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. Ministro da Economia: — … mas, Sr. Deputado, agradeço que olhe para os números do ano
completo, porque, em agosto e em julho, tinha crescido, em cada um desses meses, quase 4%.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Agora, veja lá para onde vai…
O Sr. Ministro da Economia: — Relativamente ao crédito, essa é uma preocupação que partilho e acho
que todo o Governo partilha.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Há 10 minutos, não!…
O Sr. Ministro da Economia: — Recomendo, em qualquer caso, Srs. Deputados, que leiam a página 25,
ponto 3, do Boletim Económico do Banco de Portugal, onde se reconhece, em primeiro lugar, uma diminuição
significativa do preço do crédito às empresas, uma aproximação muito forte dos spreads relativamente a
outros países do centro da Europa,…
Protestos do Deputado do PS Pedro Nuno Santos.
… uma melhoria do financiamento a projetos com um perfil de risco menos atrevido e um aumento do
crédito às empresas exportadoras. Este é o balanço que é possível fazer, com os dados de que dispomos, dos
primeiros sete meses de 2015.
Relativamente ao investimento, quero lembrar à Sr.ª Deputada Ana Paula Vitorino que o investimento, que,
de facto, caiu de uma forma continuada desde 2001/2002 até 2013, é composto não só pelo investimento em
formação bruta de capital fixo, que está a crescer em 2014, mas, admito, ainda de uma forma marginal — e é
um crescimento um pouco acima de marginal que prevemos também para 2015 —, mas um investimento
numa empresa, nomeadamente em empresas dos setores transacionáveis, é composto pelo investimento em
ativos fixos — formação bruta de capital fixo — e também, quando o ciclo económico muda, em stocks, em
variação de existências.
Ora, contabilizando esses dados, o das variações de existências, segundo dados do INE, porque não vale
a pena eu estar a inventar dado nenhum, no primeiro trimestre de 2014 o investimento cresceu 12,6% e voltou
a crescer, em termos homólogos, 4,6% no segundo trimestre.