31 DE OUTUBRO DE 2014
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execução do QREN» e acusou o Governo de «não saber usar os fundos» comunitários e de vir a ter «uma
baixíssima execução no novo quadro comunitário de apoio».
São afirmações curiosas, Sr. Ministro, e eloquentes, sobretudo porque são proferidas por alguém que
pertenceu a um Governo que, em finais de 2008, dois anos depois do início do anterior programa, apenas
tinha executado 1,9% e que em janeiro de 2011, depois de quatro anos de execução, apenas tinha gasto 23%
dos fundos disponíveis.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Nós já estávamos habituados à amnésia do Partido Socialista
relativamente à herança que deixou ao Governo e ao País; não estávamos era habituados à ligeireza
insustentável e à leviandade irresponsável dos argumentos do Dr. António Costa, que só são compreensíveis
por uma absoluta falta de noção sobre a matéria e por uma grande incompetência.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pergunto-lhe, Sr. Ministro: Portugal vai ou não utilizar integralmente os fundos comunitários que tem ao seu
dispor no âmbito do QREN para apoiar as empresas e a economia até ao último cêntimo?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Espere lá que o Poiares Maduro já lhe dá a tática!
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Segunda questão: em 2015, haverá uma quebra do investimento nas
empresas e na economia com recurso aos fundos comunitários?
Terceira questão: qual é, relativamente às empresas, a posição de Portugal, quando comparada com
outros países, na execução destes fundos?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia.
O Sr. Ministro da Economia: — Sr.ª Presidente, vou direto, então, às preocupações aqui manifestadas
pelos Srs. Deputados, a quem agradeço as perguntas e a quem cumprimento.
Começo por dizer que, relativamente ao tema das exportações, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua e Sr.
Deputado Bruno Dias, a trajetória das empresas, em 2014, continua a ser positiva. A saber, um crescimento
previsível de 3% no final do ano e um crescimento acumulado até ao final de agosto de 2%, é certo, muito
alavancado por uma economia de serviços transacionáveis ligados, obviamente, também à indústria do
turismo e outras indústrias, que vai levar Portugal, em 2014, a bater o seu recorde de exportações, atingindo,
provavelmente, mais de 69 000 milhões de euros.
Eu acho que a Sr.ª Deputada do Bloco de Esquerda faz muito mal ao dizer que as exportações perdem
quota de mercado, porque, ao dizer isso, não só está a iludir a realidade como, mais do que ao Governo, está
a desqualificar, está a desconsiderar, está a desvalorizar o trabalho dos empresários, dos gestores e dos
trabalhadores,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tínhamos apostado em como ia dizer isso!
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Pois, já sabíamos que ia dizer isso!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Oiçam! Oiçam!
O Sr. Ministro da Economia: — … repito, dos trabalhadores do setor privado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.