31 DE JANEIRO DE 2015
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Risos do PSD.
Protestos do PS e do PCP.
Vou dar alguns exemplos, Sr. Primeiro-Ministro, algumas pérolas que são uma espécie de «tesourinhos
deprimentes» da política portuguesa.
Dizia Pedro Jesus Marques em outubro de 2013: «Tenho mesmo uma forte convicção de que possa existir
uma nova recessão em 2014.»
Dizia Augusto Santos Silva: «É um orçamento de faz de conta. É impossível que consigamos, sem medidas
extraordinárias, chegar a 4% do défice. Ninguém acredita!»
Dizia Pedro Silva Pereira: «O ano de 2014 tornará a ser um ano de estagnação, senão mesmo de recessão
económica.»
Dizia João Galamba…
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Oh!…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Dizia João Galamba: «Multiplicadores calculados pelo Banco de
Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional, que, diga-se, agora de passagem, se tem enganado muitas
vezes, dizem que esta estratégia não pode resultar e que o seu quadro macroeconómico para 2014, tal como
foi para 2013, é uma fantasia. Portanto, este Orçamento não tem credibilidade.»
E, já agora, dizia mais uma coisa: «Temos alguma dificuldade em perceber em que medida é que este
Orçamento contribui para a consolidação das finanças públicas».
Tinham, pois, em 2013, e continuam a ter, uma grande dificuldade em compreender.
Dou inteira razão ao Deputado João Galamba: estão, como sempre estiveram, com uma grande dificuldade
em compreender!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Até o novo conselheiro da direção política do Partido Socialista, Manuel Caldeira Cabral, também dizia, à
época, quando lhe perguntavam se acreditava num défice de 4% em 2014: «Provavelmente não, uma parte da
redução vai ser comida pela quebra da receita inerente à própria política de austeridade».
Srs. Deputados, a receita aumentou e até nos acusam de fazermos a consolidação orçamental por via da
receita!
Isto é, de facto, muito confuso, Sr. Primeiro-Ministro, e tem de ser aqui dito, denunciado. Temos de desafiar
os portugueses a olharem para isto e a compreenderem, de facto, as propostas políticas e a credibilidade das
propostas políticas de cada partido.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A terminar, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de deixar duas notas sobre a dívida pública.
A primeira é que o Partido Socialista gosta muito de dizer que a dívida pública em Portugal, em 2010,
estava na casa dos 90% do PIB.
Não estava. Está mais que provado que a dívida real que atende àquilo que não estava dentro do
perímetro da dívida, que estava escondido debaixo do tapete eram 125% do produto interno bruto. Era assim
em 2010. Era assim!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, sobre a sustentabilidade da dívida, há também uma pergunta que tenho de fazer ao Partido
Socialista.