I SÉRIE — NÚMERO 100
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A segurança social já provou ser capaz de resistir às adversidades que a política de direita lhe coloca.
Havendo vontade política, concretizando-se as soluções que o PCP aqui apresenta, o sistema público,
universal e solidário da segurança social tem todas as condições para ser um sistema financeiramente sólido e
capaz de proteger as atuais e futuras gerações de trabalhadores.
Como afirmamos no nosso projeto de resolução, a segurança social não é de nenhum Governo, é de quem
trabalha.
Rompendo com a política de direita, levando à prática as soluções que o PCP propõe para a segurança
social, é possível encarar o futuro com esperança e confiança.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado Jorge Machado, inscreveu-se, para pedir
esclarecimentos, o Sr. Deputado Arménio Santos.
Tem a palavra, Sr. Deputado Arménio Santos.
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Machado, o Sr. Deputado fez aqui
uma intervenção, na linha deste projeto de resolução, que, de algum modo, procura fazer o balanço das
medidas apresentadas pelo Partido Comunista Português ao longo desta Legislatura. Foi um balanço com fins
eleitorais, foi um balanço que nada trouxe de novo às propostas que o Partido Comunista Português tem vindo
aqui a apresentar.
Mas nós olhamos para o sistema da segurança social, enquanto sistema de participação, de solidariedade
intergeracional e instrumento insubstituível para promover a justiça social e a dignidade humana, com um
sentido de responsabilidade tal que não podemos deixar de aproveitar esta iniciativa do PCP para emitir a
nossa opinião.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — O financiamento da segurança social é uma questão demasiado séria,
porque mexe com a vida das pessoas — e com a vida das pessoas quando elas estão numa situação de
maior fragilidade —…
Vozes do PCP: — Não parece!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — … e obriga a que todos nos envolvamos na busca de uma resposta para
esse financiamento e nos desprendamos um pouco da camisola partidária que temos bem encostada ao
nosso corpo. E as propostas que o Partido Comunista Português aqui apresenta, Sr. Deputado Jorge
Machado, desculpe que lhe diga, pouco têm a ver com esta atitude de compromisso, com esta disponibilidade
para encontrar um compromisso.
Vozes do PSD: — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não deve ter lido nada!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — V. Ex.ª disse, na tribuna, que, desde 2010, há um défice contributivo na
segurança social.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não disse nada disso!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Em 2002, as receitas atingiam cerca de 10 000 milhões e as pensões
situavam-se em cerca de 8000 milhões; o ano de 2010 foi o primeiro ano em que ocorreu o défice contributivo
do sistema da segurança social. Porquê? Porque em 2009 houve eleições e todos sabemos como o Partido