I SÉRIE — NÚMERO 104
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Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Portanto, é uma região da qual nós não nos esquecemos e todas as
semanas chegam novos protocolos que a segurança social assina com as IPSS locais para promover
exatamente a solidariedade social, algo que é sempre muito criticado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido
Socialista, e não só nesta região.
Mas, Sr.ª Presidente, há uma coisa que, para nós, é absolutamente extraordinária que é ver o papel do
Partido Socialista, de autêntico mea culpa, quanto a esta situação. Quando olhamos para o Relatório de
Execução do Quadro Comunitário de Apoio de 2007 a 2013, desenhado, alinhavado e estruturado por
responsáveis governamentais ou, ao nível da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Regional), colocados pelo Partido Socialista, o que vemos é que esta região, que merecia tudo da parte dos
fundos estruturais, tem um valor per capita muito abaixo da média nacional na execução desses fundos.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — VV. Ex.as
estão no Governo há quatro anos e o que é que fizeram? Zero!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Por isso, o que a maioria aqui pediu não é uma exceção para a região
do Tâmega e Sousa, mas que ela seja tratada como qualquer outra região e, olhando para os indicadores de
desenvolvimento, tenha aquilo a que tem direito.
Recordo que foi este Governo que acabou com o efeito de spill over nos fundos europeus, que era um
efeito que permitia colocar em regiões que não mereciam fundos europeus que estavam a fazer falta noutras
regiões, exatamente por o Partido Socialista tratar certas regiões como excecionais, regiões que não
precisavam.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Portanto, o nosso contributo neste projeto de resolução é para que
isso deixe de ser assim e que regiões como a do Vale do Tâmega e Sousa, e outras também, sejam tratadas
com a dignidade que merecem, sem exceção, porque se forem tratadas da forma que merecem, sem que se
peça qualquer regime de exceção, elas serão mais bem tratadas do que foram a partir de 2007, com os fundos
para esta região que o Partido Socialista não quis executar.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Dou agora a palavra, também para uma declaração de voto oral, ao Sr. Deputado
Mário Magalhães.
O Sr. Mário Magalhães (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, acabámos de votar e aprovar
uma recomendação ao Governo para que dinamize um plano que promova a coesão territorial, considerando
os indicadores económicos e sociais na atribuição de apoios ao investimento no âmbito do Portugal 2020.
Nestes projetos de resolução tem um especial enfoque a sub-região do Tâmega e Sousa, uma sub-região
que tem uma particularidade que gostaria aqui de realçar. Mas a aprovação destes projetos de resolução
permite, desde logo, focar dois aspetos: primeiro, uma oportunidade e, segundo, uma questão de justiça.
Oportunidade pelo momento em que é apresentado. É no início de um quadro comunitário e, como já foi
aqui dito, é preciso fazer um balanço do que aconteceu até agora no quadro comunitário anterior,
nomeadamente nesta região, sendo também uma oportunidade de Portugal ter mais coesão territorial.
Esta é a região mais jovem de Portugal, não é um território de baixa densidade, pelo contrário, é uma
região de alta densidade e, por isso, está fora de muitos apoios que tiveram no passado e que terão para o
futuro estas regiões, de uma forma séria e justa, é certo, mas que esta não tem.
Vejamos o seguinte: esta região tem a particularidade de ter apenas 80% do PIB per capita da média das
regiões dos territórios de baixa densidade. Estes indicadores económicos são importantíssimos e hoje acabou
de ser aqui aprovada uma proposta para que sejam tidas em conta estas condições.