2 DE JULHO DE 2015
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A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações: — Termino, Sr.ª
Presidente, dizendo que estamos de consciência tranquila e preparados para o escrutínio. As privatizações
executadas por este Governo garantiram transparência, competitividade e receita acrescida para o Estado
português.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa registou as inscrições dos Srs. Deputados Bruno Dias,
Afonso Oliveira e Heloísa Apolónia.
Sendo assim, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O Sr. Secretário
de Estado fala em defender os interesses dos cidadãos.
Os cidadãos cujos interesses o Governo está a defender são aqueles que estão a tomar conta da
economia nacional,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … que estão a levar para os seus cofres e para as suas companhias os
recursos do nosso País. Por cada 1000 € de dividendos distribuídos das empresas portuguesas, 19 € ficam cá
e o resto vai para esses cidadãos em relação aos quais o senhor está a falar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não se preocupe com os pré-avisos de greve, porque a luta dos trabalhadores
vai continuar e é o que faz com que a história avance. Os senhores têm muitos problemas, têm muito medo
das greves, têm uma grande alergia às greves.
Pela parte do PCP, continuaremos a dar voz à luta que se continua a travar de norte a sul, exatamente
para defender o acesso das populações ao transporte público, para defender a soberania nacional, para
defender a própria segurança nacional, quando o que estão em causa são decisões que fragilizam o futuro
coletivo deste País.
Sr. Secretário de Estado, verificámos que o próprio Tribunal de Contas veio demonstrar o que já dissemos
há muito tempo, ou seja, que a generalidade dos regimes em vigor nos países europeus dispõe de medidas
que, nos setores de importância estratégica, visam assegurar que são adequadamente acautelados os
interesses e a segurança nacionais, o que inclui, designadamente, o capital acionista das empresas que os
senhores estão a vender em vendas de fogo. O que os senhores estão a fazer é pegar fogo à casa e dizer:
«Com a casa a arder até a vendemos por um preço muito bom».
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino, Sr.ª Presidente.
Essa conversa é velha, Sr. Secretário de Estado. Não venha falar de demagogia, porque o senhor tem
muito para contar acerca disso, mas tem muito mais para contar acerca das consultorias, matéria em relação à
qual o senhor fugiu como o diabo da cruz.
Vozes do PCP: — Exatamente! Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Havia muito para falar sobre essas consultorias e assessorias financeiras, de
que os senhores têm boa experiência de um lado e de outro da mesa, mas não se enganem, Srs. Membros do