I SÉRIE — NÚMERO 108
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Os portugueses não esquecem que, à semelhança de anteriores Governos, este Governo PSD/CDS-PP
quis poupar, à custa da saúde dos portugueses, com a política de corte e de desinvestimento no Serviço
Nacional de Saúde.
Sr. Primeiro-Ministro, os portugueses não vos irão perdoar as responsabilidades que têm nos problemas
que hoje sentem no acesso aos cuidados de saúde. Por muito que o senhor queira esconder as
consequências da sua política, por muito que queira esconder a situação do País e os planos que tem para
continuar a mesma política, o senhor e o seu Governo têm de ser responsabilizados pelo que fizeram aos
portugueses.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma pergunta, tem a palavra a Sr.ª Deputada Eurídice Pereira.
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a maior carga fiscal no nosso País
foi no seu Governo: 37% do PIB.
Na sua governação, o rendimento disponível por adulto caiu, em média, mais de 5%. Pela mão do seu
Governo, do ano letivo de 2011/2012 para o ano letivo seguinte, deixaram de constar 12% dos alunos do
ensino superior.
Estes são números muito bem conhecidos de uma jovem de nome Catarina, que mora no concelho da
Moita. Dela e da sua família, que o seu Governo estrangulou financeiramente, levando a que a Catarina
tivesse que abandonar a licenciatura em engenharia civil. A seguir, a Catarina procurou emprego para ajudar
os seus. Procurou um emprego digno e não encontrou.
Hoje, está a fazer um curso intensivo, de graça, de alemão aqui em Portugal, porque a Alemanha lhe
acenou com uma bolsa de 800 € a que acresce teto e alimentação.
Tenho de lhe perguntar, Sr. Primeiro-Ministro, o que é que tem dito à Sr.ª Merkel para que ela peça que se
baixe o salário mínimo em Portugal e, depois, o seu país, a Alemanha, venha seduzir os nossos jovens e
oferecer-lhes bolsas superiores a esse valor.
Que «Portugal à frente» é este, Sr. Primeiro-Ministro, que deixa o País à beira de uma bancarrota?
Risos e protestos do PSD e do CDS-PP.
De uma bancarrota social! Trocaram uns míseros tostões, um défice financeiro, por um défice social!
Aplausos do PS.
Estamos à beira da bancarrota social. Esta é que é a verdade!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E a Catarina do Vale da Amoreira pode até ter sucesso na Alemanha, mas Portugal já não conseguirá
recuperar mais as «Catarinas» que daqui saem, enquanto os senhores permanecerem no Governo. A nossa
missão, a missão dos democratas, é tirá-los do Governo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Dou agora a palavra ao Sr. Deputado Vitalino Canas, para uma pergunta.
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, é do interesse nacional que a Europa
chegue a acordo com a Grécia.
Todos já percebemos que essa ilusória preparação do País para resistir a novas crises, de que o senhor
fala, não existe. Se a Grécia cair, Portugal sofrerá muito.