I SÉRIE — NÚMERO 40
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Aplausos do PS.
… não abdicaremos de defender os interesses portugueses numa Europa que desejamos mais coesa e
solidária e não uma Europa dividida e egoísta.
Sr.as e Srs. Deputados, os impostos pagos pelos portugueses são mais importantes do que qualquer mero
jogo eleitoral de que não reza ou alguma vez rezará a História. Importantes são o investimento público em
educação e saúde ou as prestações sociais, os únicos instrumentos de proteção social e combate à pobreza.
Aplausos do PS.
Estamos hoje focados nos objetivos essenciais do Orçamento do Estado: o crescimento económico numa
sociedade mais justa.
Pretendo, pois, apresentar as linhas gerais do Orçamento do Estado e contribuir para que todos os
portugueses e todas as portuguesas o entendam melhor. Esta é a dimensão interna, de alternativa, que referi
no início.
Sr.as e Srs. Deputados, o que pretende o Governo com o Orçamento do Estado para 2016? Pretende-se
iniciar uma gestão orçamental equilibrada e rigorosa, com a diminuição do peso dos impostos e a recuperação
do rendimento das famílias e das empresas.
Permitam-me transmitir algumas ideias-chave deste Orçamento.
A receita de impostos diretos cai 390 milhões de euros, aliviando especialmente as famílias. Assim, os
impostos a cobrar sobre o rendimento do trabalho irão diminuir, o que é compatível com o crescimento do
emprego e dos salários.
Para explicar melhor, na prática, este alívio para as famílias e para as empresas ocorre com um
crescimento de 3,6% do rendimento disponível e de 3,9% do PIB nominal.
Assim, o peso da receita do IRS e do IRC diminuirá.
Srs. Deputados, o peso dos impostos diminuirá 0,2 pontos percentuais do PIB.
Esta é uma característica fundamental daquilo que temos descrito como o virar da página da austeridade.
Esta alteração de política faz-se assumindo escolhas claras. Em vez da ilusão vendida a Bruxelas de um
corte temporário nos salários dos funcionários públicos com efeitos permanentes — um verdadeiro milagre
austeritário —, este Governo faz uma escolha clara. A escolha passa pelo incentivo à maior produtividade no
Estado, conseguida através de simplificação dos procedimentos, mais eficiência na utilização dos recursos e
mais dignidade no exercício das funções públicas.
Aplausos do PS.
Os trabalhadores, tanto do setor público quanto do setor privado, são o mais importante fator produtivo.
Não promovemos a divisão entre portugueses. O problema da produtividade não se trata com desmotivantes
cortes salariais. A reposição faseada dos cortes salariais e o aumento do salário mínimo de forma concertada
são políticas economicamente eficientes.
Aplausos do PS.
Optámos ainda por não aumentar as taxas do IRC, do IRS e do IVA — acautelámos a estabilidade fiscal.
Para além de diminuir o peso dos impostos, há uma recomposição fiscal virtuosa, amiga do crescimento.
Esta ideia é chave! Virtuosa, pois há menos impostos diretos sobre os fatores produtivos e mais impostos
indiretos sobre as decisões de consumir e importar.
O aumento da receita com impostos indiretos — cresce 6,6% — é concretizado apenas com o crescimento
da receita de impostos especiais, a que se associam importantes finalidades extrafiscais. Destas, destaco o
desincentivo ao endividamento das famílias, o equilíbrio das contas externas e a preocupação com a eficiência
energética.
Estes impostos — tabaco, veículos, álcool — sofrem uma atualização base de 3%.