I SÉRIE — NÚMERO 42
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
Este debate, na realidade, vai demonstrar aquilo que, no debate na generalidade, já tinha ficado claro, que
neste Orçamento entre as palavras de propaganda e a realidade vai uma grande diferença.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Depois deste debate na especialidade vai ficar mais evidente que as
palavras não são apenas diferentes daquilo que está no Orçamento. Não! Elas são uma verdadeira cortina de
fumo para esconder aquilo que realmente está no Orçamento.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Começo por aquilo que tem sido usado como slogan, não
propriamente original, mas, em todo o caso, bastante repetido, que é o «virar de página». E eu diria, Srs.
Deputados, que este virar de página, para além de o não ser, arrisca-se a ser um virar de página para voltar
ao princípio do livro da austeridade, dos problemas, da instabilidade e da troica.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A verdade é que, por mais que insistam e por mais que tentem
esconder aos portugueses, há dois factos que são muito simples: foi um governo do PS, com muitos dos que
agora voltam a estar sentados neste Governo, que começou a cortar nos rendimentos, que trouxe a crise e
que trouxe a troica.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Foi o anterior Governo que, em 2015, começou a repor os
rendimentos, que começou a acabar com a CES (contribuição extraordinária de solidariedade) e que começou
a repor os salários da função pública.
Aplausos do CDS-PP.
Os Srs. Deputados podem tentar esconder isto uma, duas, trinta, cem vezes, mas esta é a verdade.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ao fazerem as coisas desta maneira e ao quererem fazer tudo ao
mesmo tempo e imediatamente põem em causa um valor essencial: seguir um caminho de gradualismo na
reposição dos rendimentos permitiria que essa reposição fosse segura e fosse definitiva, fosse para sempre.
Abandonar esse caminho abriu a porta a aumentos de impostos, e a muitos aumentos de impostos, abriu a
porta a pôr em causa a credibilidade externa de Portugal, com consequências que nenhum de nós, neste
momento, conhece e, sobretudo, e o mais importante, arriscou os rendimentos futuros. Os portugueses têm
memória, Srs. Deputados, e lembram-se bem do partido que, para ganhar eleições, aumentou os salários da
função pública…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … e que quando as ganhou foi lá e cortou-os.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.