11 DE MARÇO DE 2016
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Sr. Presidente, o Grupo Parlamentar do PS apresenta mais 50 propostas de alteração, mas apresenta-as
em linha com os limites orçamentais, em linha com o Programa do Governo e, em linha com os acordos
parlamentares celebrados com o Bloco de Esquerda, com o PCP e o Partido Ecologista «Os Verdes».
Estamos convictos de que este esforço irá contribuir para melhorar a eficácia de muitas medidas e
programas que visam mais crescimento económico, mais emprego e mais justiça social.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António Leitão Amaro.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: Começamos esta discussão sem saber que Orçamento vamos efetivamente ter. Enquanto aqui
estamos, está o Governo reunido com a Comissão Europeia a negociar alterações, medidas adicionais, nas
costas dos portugueses!
Risos do PS.
Mas, então, o Governo informa e negoceia com uma entidade estrangeira, internacional, medidas
adicionais que afetam a nossa vida e esconde-as dos portugueses?! Que diriam as esquerdas se qualquer
outro governo falhasse nesta mínima transparência!
Portugueses e Parlamento temos o direito de saber e o Governo tem o dever de dizer ao Parlamento e aos
portugueses que medidas é que está a preparar e a negociar. Mas toda esta opacidade e as permanentes
revisões só aumentam a enorme incerteza em que o Governo tornou este Orçamento e este processo
orçamental. Já ninguém acredita no Governo que, a cada semana, muda as previsões, muda o Orçamento,
muda as soluções, porque foi o programa, o esboço, o Orçamento, as erratas, as revisões, as alterações e,
agora, as medidas adicionais. Isto não pára, mudanças e mais mudanças!
Mas todas as instituições internacionais e as nacionais (Conselho das Finanças Públicas, UTAO, Conselho
Económico e Social) são unânimes a criticarem e a dizerem: este Orçamento é irrealista, é imprudente e
expõe os portugueses a riscos graves e sérios que custaram muito, dolorosamente, a deixar, com sucesso,
para trás. Mas porquê essas críticas?! Porque o Orçamento é mau! É mau para o País, é mau para os
portugueses, para a classe média, para as empresas!
Segundo o próprio Governo, é um Orçamento que abranda no emprego, no investimento e nas exportações
e que faz os portugueses pagarem mais 2000 milhões de euros de impostos e contribuições. Por que faz
pagarem mais impostos? Para quê? Praticamente, para suportar e pagar uma explosão de 1800 milhões de
euros, na despesa corrente primária.
É um Orçamento que, para tentar sustentar a ilusão do fim da austeridade, penaliza classe média e
empresas, distribuindo, afinal, mais austeridade, de forma mais injusta, porque com esses impostos indiretos,
como o dos combustíveis, todos pagam fatura igual, independentemente do seu rendimento. Mas não
surpreende, já agora, que um Governo feito de tantos Ministros e Secretários de Estado repetentes — …
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — … repetentes da antiga receita socialista que levou ao desastre —
repitam a receita e repitam o erro pior para o País!
Sr.as
e Srs. Deputados das esquerdas parlamentares, este mau Orçamento é o vosso Orçamento, é a
vossa proposta, do vosso Governo que está em apreciação!
Aplausos do PSD.
Sr.as
e Srs. Deputados das esquerdas, não se apoia só meio governo, nem se apoia só meio Orçamento, e
também não se chumbam só meios Orçamentos.