15 DE ABRIL DE 2016
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De facto, são estes dois aspetos — por um lado, a intensidade em investigação e desenvolvimento e, por
outro lado, o nível de qualificações dos recursos humanos — que são apontados sistematicamente como dois
fatores críticos da competitividade da economia portuguesa que afetam o crescimento potencial do Produto.
Neste contexto, o desenvolvimento científico e tecnológico e a cooperação entre a ciência e as empresas
têm de ser encarados como um desafio central para alavancar as atividades em que Portugal se afirma no
contexto europeu e a tradução dessa colaboração em conhecimento aplicável a novos produtos, processos e
organizações.
As medidas a concretizar estão organizadas em vários eixos do Plano Nacional de Reformas, que aqui serão
debatidas em estreito conjunto com o Ministro da Economia.
Pretendo, contudo, começar, nesta intervenção inicial, por assinalar, em particular, junto deste Parlamento,
a necessidade absoluta de alterar o rumo e consagrar uma trajetória que garanta a convergência com a Europa.
Esse é o único trajeto possível para Portugal.
Aplausos do PS.
Para isso, insisto que precisamos de garantir um contexto que facilite e estimule um contexto de inovação
aberta, como já consagrado nas sociedades mais industrializadas e desenvolvidas na Europa. Isso exige, entre
outros aspetos, três questões críticas que são hoje incluídas no novo Plano Nacional de Reformas.
Primeiro, a consagração de que precisamos de densificar o nosso território em termos de atividades
científicas e tecnológicas orientadas para a inovação, incluindo, certamente, o desenvolvimento de empresas
de base científica e tecnológica, mas também a autonomia e a integridade institucional das nossas instituições
de investigação e educação, num contexto onde a formação e a valorização do capital humano e social na
sociedade do conhecimento exige uma prioridade absoluta.
Segundo, a digitalização progressiva das nossas atividades económicas, a acompanhar, certamente, o
desenvolvimento de competências digitais e a orientação de muitas atividades de formação para o
desenvolvimento dessas próprias competências.
Terceiro, insistir sistematicamente na internacionalização crescente das nossas instituições, através de
alianças e parcerias entre instituições e organizações públicas e privadas em todo o mundo, facilitando uma
nova etapa de colaboração científica global e tendo por base uma verdadeira diplomacia científica e de inovação.
Estas oportunidades exigem convicções políticas firmes que requerem um consenso alargado neste
Parlamento e que são opções claramente incluídas no Plano Nacional de Reformas.
Saliento, em primeiro lugar, o desenvolvimento e a promoção, desde já em 2016, de agendas e programas
de investigação e inovação mobilizadores, devidamente concertados entre as universidades, os politécnicos e
o tecido produtivo, e com as empresas em particular, de modo a consagrar um efetivo compromisso com a
ciência e o conhecimento que estimule o emprego científico.
Aqui lançamos também uma nova ação de política para reforçar a atividade de investigação nos institutos
politécnicos, que têm uma inserção territorial particularmente apropriada para o trabalho com as pequenas e
médias empresas.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, tenho de o informar que já excedeu o seu tempo. Pedia-lhe o favor de
caminhar para a conclusão.
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — Termino já, Sr. Presidente.
O segundo ponto é, certamente, num contexto de inovação aberta e quando nos comparamos
internacionalmente, a necessidade de reforçar instituições intermediárias e de transferência de conhecimento,
incluindo centros tecnológicos e de engenharia, ou outro tipo de laboratórios colaborativos, com o intuito de
incentivar a colaboração entre instituições científicas de ensino superior e o tecido produtivo.
Para concluir, afirmo e insisto na necessidade de abranger um consenso na sociedade portuguesa sob a
forma que o conhecimento tem hoje no impacto da economia.