26 DE ABRIL DE 2016
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pode pagar; para que não desperdicemos a energia e a criatividade de milhares de jovens forçados a emigrar
nos últimos anos, para fugirem ao desemprego e à pobreza; pelo direito a sermos felizes no nosso País.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A gravidade da situação que o País atravessou e atravessa torna ainda mais
evidente a importância de encontrar, com a Constituição, a solução para estes problemas; torna ainda mais
evidente e necessário desenvolver uma política patriótica e de esquerda que cumpra a Constituição; a
subordinação do poder económico ao poder político; a justiça e a coesão económica e social de todo o território
nacional; a defesa e cumprimento dos direitos dos trabalhadores como pilar da democracia; a garantia da
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no trabalho, na família e na sociedade; a defesa dos
princípios da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos e da não ingerência nos assuntos
internos de outros Estados; o desarmamento e a dissolução dos blocos militares.
É urgente e necessário assegurar a independência económica do País, partindo da utilização dos recursos
nacionais, recuperando instrumentos indispensáveis ao desenvolvimento, no plano económico, orçamental e
monetário, das relações comerciais e do reforço do sector produtivo e da produção nacional. É urgente e
necessário promover a criação de emprego com direitos, a valorização dos salários e das pensões, a defesa
das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, o reforço da escola pública, do Serviço Nacional de
Saúde, da segurança social. É urgente e necessário salvaguardar e promover a cultura portuguesa e a
identidade cultural do povo português, rejeitar decididamente ingerências e imposições vindas da União
Europeia, lesivas do interesse nacional, que resultaram sempre em mais empobrecimento, desigualdades
sociais e concentração da riqueza, em mais dependência e menos soberania, em menos capacidade de construir
um caminho que afirme o pleno direito do povo português a decidir sobre o seu próprio destino.
Por isso, condenamos veementemente tentativas deliberadas de impedir a recuperação de direitos e
rendimentos, como, ainda recentemente, a chantagem para não aumentar o salário mínimo nacional. Ameaças
e chantagens vindas daqueles que sempre protegeram e beneficiaram os responsáveis pela crise, nem que tal
obrigasse a condenar um povo ao empobrecimento e ao retrocesso.
Sr. Presidente, Sr. Deputados: Nesta nova fase da vida política nacional, com o afastamento do Governo
PSD/CDS e com a nova correlação de forças na Assembleia da República, temos a obrigação de não
desaproveitar nenhuma oportunidade para recuperar dignidade e direitos.
Temos a obrigação de responder às vontades e anseios de um povo que merece e tem direito a viver num
Portugal livre, democrático e desenvolvido.
Aplausos do PCP, de Os Verdes e de Deputados do PS.
Temos a obrigação de agarrar nesta esperança e confiança renovada das mulheres e homens deste País.
Temos a obrigação, sim, de afirmar Abril, de defender a Constituição e de efetivar o projeto que consagra,
pois lutar pelos seus valores não é só tarefa da geração que os realizou e conquistou.
Por isso, aqui estamos, as novas gerações, com os nossos sonhos, as nossas aspirações e a nossa luta a
projetar Abril no futuro de Portugal.
Que viva Abril!
Que viva a Constituição!
Aplausos do PCP, do PS, de Os Verdes e do PAN.
O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Em representação do Grupo Parlamentar do CDS-PP,
tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da
República, Sr. Primeiro-Ministro e restantes Membros do Governo, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, Sr. Presidente do Tribunal Constitucional, Srs. Antigos Presidentes da República, demais Autoridades
Civis e Militares do Estado presentes, Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa, Sr. Núncio Apostólico, Sr.as e Srs.
Representantes do Corpo Diplomático, Sr.as e Srs. Convidados, Sr.as e Srs. Deputados: Assinalamos neste ano
duas datas, os 42 anos do 25 de Abril e os 40 anos da Constituição.