7 DE JANEIRO DE 2017
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Cesário (PSD): — Desde logo, as questões da sua qualidade, do seu alargamento e de como
fazer esse alargamento. Nós levámos o ensino português no estrangeiro para fora da Europa, para muitos países
onde ele não existia: Austrália, Venezuela…
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Em que condições?
O Sr. José Cesário (PSD): — Trata-se de dar seguimento, exatamente, a esse mesmo projeto.
Mas, por outro lado, Srs. Deputados, importa ter em consideração que é necessário inovar. E, nesse aspeto,
temos muitos pontos em que estamos de acordo com o atual Governo do Partido Socialista.
O alargamento da rede de escolas portuguesas no estrangeiro, desde logo, é uma matéria em que temos,
todos nós, de nos envolver de uma forma coerente e de uma forma consensual. Propomos que haja uma escola
portuguesa, pelo menos, em cada país lusófono e junto das principais comunidades portuguesas no mundo.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Privada!
O Sr. José Cesário (PSD): — Propomos, nomeadamente, que haja uma especialização dos professores que
trabalham neste setor de ensino e entendemos que o recurso aos meios audiovisuais, ao ensino à distância e
aos meios digitais deva ser feito sem pôr em causa a presença física indispensável para o processo pedagógico
e para a docência.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe
Lobo d’Ávila.
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A política da língua e do
ensino português no estrangeiro merece discussão, merece debate e merece consciência política da sua
relevância. Registamos, por isso, e cumprimentamos, todas a iniciativas legislativas que foram apresentadas,
sublinhando…
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Vai votar a favor, Sr. Deputado?
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr.ª Deputada Carla Cruz, ouvi-a com atenção, se me fizer o mesmo,
agradecia.
Como eu dizia, registamos e cumprimentamos a apresentação destas iniciativas, começando por sublinhar
que, para o CDS, a língua portuguesa é uma opção estratégica essencial que não deve ser reduzida apenas ao
ensino português no estrangeiro. E é exatamente por reconhecermos que a política da língua está longe de ter
atingido o seu máximo potencial ou mesmo de merecer o lugar de prestígio que lhe compete que apresentamos
o projeto de resolução, que, tal como o nome indica, recomenda ao Governo a aposta numa política ativa, eficaz
e global de defesa e projeção da língua portuguesa.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Uma política ativa, eficaz e global traduz-se, em primeiro lugar, no
plano político, na oportunidade de a curto e médio prazos intensificar os esforços diplomáticos para a
concretização do objetivo de tornar o Português como língua oficial das Nações Unidas. A recente eleição do
Eng.º António Guterres como Secretário-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) permite-nos encarar
este objetivo com confiança. Haja, da parte do Governo, empenho, dedicação e ambição para transformar o
Português na sétima língua oficial da ONU.