I SÉRIE — NÚMERO 65
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Declarações de voto enviadas à Mesa, para publicação
Relativa ao projeto de resolução n.º 740/XIII (2.ª):
A descentralização de competências no seio das administrações públicas é uma reforma imprescindível à
reforma do Estado, conforme consta não apenas no programa eleitoral do PS, mas no seu Programa de
Governo.
É, porém, de uma elevada complexidade, pois envolve a arquitetura institucional do Estado, várias áreas
setoriais importantes (educação, saúde, ação social, entre outras), múltiplos atores políticos (organismos
desconcentrados da administração direta e indireta do Estado, municípios, freguesias) e uma dimensão
financeira relevante.
Qualquer que seja a reforma que se implemente no Estado ela deva ser o mais consensual possível. Não
podemos fazer reformas hoje, com uma dada maioria política, para as revertermos amanhã com outra maioria.
Tem sido aliás esta forma de proceder em Portugal que tem impedido que nas últimas décadas se tenham feito
reformas significativas quer na arquitetura do Estado quer na distribuição vertical e horizontal de atribuições e
competências.
A descentralização exige, assim, um processo legislativo com o seu tempo, alargado de um duplo ponto de
vista: transversal, do ponto de vista das comissões parlamentares e plural, do ponto de vista dos atores a serem
ouvidos. Para além dos requisitos formais de parecer das regiões autónomas e das audições às associações
nacionais de municípios e freguesias, importa ouvir as reflexões de outros indivíduos e entidades que têm
reflexão sobre esta complexa temática.
O projeto de resolução tem considerandos políticos que não subscrevemos, mas tem orientações que nos
parece de saudar, razão da nossa abstenção.
Antes do mais a existência de uma comissão eventual, com Deputados de várias comissões, poderia permitir
assegurar a transversalidade no debate político que é necessário implementar. Afunilar o debate político na
especialidade numa única comissão parece-nos redutor. Por outro lado, existe nesta resolução um
reconhecimento claro de que, para além dos atores mais diretamente envolvidos no processo de
descentralização (da administração central e local), é necessário envolver os partidos políticos com
representação parlamentar bem como «personalidades dos meios político, social, económico e académico».
O único argumento substantivo contra a criação desta comissão eventual parece ser o de que atrasaria em
algum tempo a conclusão deste processo legislativo, apesar da comissão eventual ter um tempo limitado de
existência (90 dias, prorrogável é certo). Este argumento não nos parece muito válido, pois a pressa, no processo
de descentralização, parece ser má conselheira.
O Deputado do PS, Paulo Trigo Pereira.
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Relativas ao projeto de resolução n.º 591/XIII (2.ª):
No dia 17 de março foi discutido e apresentado o projeto de resolução n.º 591/XIII (2.ª) do Bloco de Esquerda,
que recomenda ao Governo que determine a imediata redução da produção da empresa Celtejo.
Os Deputados subscritores desta declaração de voto estão preocupados com as questões ambientais
relativas às descargas no rio Tejo. Na nossa ótica, o problema não é a produção da Celtejo, mas, sim, a garantia
do cumprimento das medidas de proteção ambiental. Dessa forma votamos contra o referido projeto de
resolução.
Os Deputados do PS, Hugo Costa — António Gameiro — Idália Salvador Serrão.
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