18 DE MARÇO DE 2017
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No dia 17 de março foi discutido e apresentado o projeto de resolução n.º 591/XIII (2.ª) do Bloco de Esquerda,
que recomenda ao Governo que determine a imediata redução da produção da empresa Celtejo.
O Deputado subscritor desta declaração de voto está preocupado com as questões ambientais relativas às
descargas no rio Tejo. Na sua ótica, o problema não é a produção da Celtejo, mas sim a garantia do cumprimento
das medidas de proteção ambiental. Dessa forma, voto contra o referido projeto de resolução.
O Deputado do PS, Luís Moreira Testa.
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O rio Tejo tem vindo a sofrer sucessivas agressões ambientais, apresentando problemas graves de poluição
em toda a sua bacia hidrográfica, provenientes de diferentes origens, nomeadamente, a redução de afluências
naturais, a redução de caudais, as zonas de exploração mineira, a inexistência de caudais ecológicos, o
tratamento insuficiente das águas residuais urbanas e industriais contaminadas, indústrias transformadoras e
outros, como pode ser comprovado pelo Relatório da Comissão de Acompanhamento do Rio Tejo.
Existem inúmeras indústrias que que se encontram junto da bacia do Tejo e dos seus afluentes que são focos
de poluição neste rio, através do lançamento de efluentes. Entre outros exemplos, e para referir algumas com
incidências recentes, encontramos a Celtejo e a Centroliva, em Vila Velha de Ródão e a Fabrióleo em Torres
Novas.
É, pois, evidente que um problema com incidências em todo o curso do rio não se resolve com medidas
isoladas pontuais, mas sim com medidas integradas que incidam sobre todas as situações problemáticas.
O PCP considera que as empresas têm de cumprir as normas ambientais definidas, têm de fazer
investimentos e implementar mecanismos de tratamento eficientes e eficazes para tratar os efluentes que
produz, como a ampliação e a substituição da atual ETAR, como é recomendado no já referido Relatório da
Comissão de Acompanhamento do Rio Tejo.
Para o PCP, o Ministério do Ambiente, bem como todas as entidades públicas competentes têm de executar
ações frequentes de monitorização e de fiscalização, no sentido de proteger este recurso hídrico e de identificar
as empresas que o poluem, obrigando-as a cumprir as normas ambientais, devendo, para isso, dotar de mais
meios humanos e materiais as instituições que procedem a esta fiscalização.
Para o PCP, a questão não se resolve com a redução da atividade industrial, mas sim através de uma
intervenção mais eficaz para o cumprimento das normas ambientes. Daí defendermos a implementação de um
plano muito mais amplo para enfrentar os reais problemas com que o rio Tejo se confronta ao longo do seu leito
e salvaguardar o património natural.
A Deputada do PCP, Ana Virgínia Pereira.
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