I SÉRIE — NÚMERO 74
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O Sr. Presidente: — Passamos à votação do voto que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, do PCP, de Os Verdes e do PAN e
abstenções do PSD e do CDS-PP.
Risos e protestos do PCP e do BE.
Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim, pediu a palavra para que efeito?
Risos e protestos do PCP e do BE.
Srs. Deputados, peço que deixem ouvir o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente, é para anunciar que o Grupo Parlamentar do PSD
apresentará uma declaração de voto relativa a esta última votação.
O Sr. Presidente: — A Mesa fez o registo.
Pede agora a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia. Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, é também para anunciar que o CDS-PP apresentará uma
declaração de voto sobre este tema.
Protestos do PCP e do BE.
Passamos à apreciação e votação do voto n.º 276/XIII (2.ª) — De congratulação pelos avanços nas iniciativas
pela paz no País Basco (BE). O título inicial do voto foi alterado.
Há partidos que ainda dispõem de tempo para intervir.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Mortágua.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A construção de um processo de
paz é sempre complexa, longa, demasiadas vezes dolorosa, mas inevitavelmente multidimensional.
Mas, de todos os processos de construção de paz, há uma etapa que é fundamental, sem a qual não pode
haver a construção da paz, e essa etapa é o fim das armas, é o desarme das partes em conflito.
Depois de 50 anos de conflito armado no País Basco, depois de 5 anos de cessar-fogo da ETA, amanhã,
sábado, dia 8 de abril, abre-se a oportunidade de começar mais uma etapa decisiva no processo de paz do País
Basco.
O desarmamento da ETA será feito de forma incondicional, unilateral e será verificado pelo Comité
Internacional de Verificação. Intermediários civis, nos quais se incluem representantes de todos os partidos
políticos franceses, à exceção da Frente Nacional, com o apoio do Parlamento basco e com o apoio de
importantes lideranças sociais, civis e políticas da sociedade basca, vão comunicar à justiça francesa a
localização dos arsenais e, desta forma, proceder ao desarmamento da ETA.
O desarmamento é uma boa notícia para quem quer uma Europa de paz e de segurança. Reconhecê-lo não
significa branquear o que não pode ser branqueado e não significa absolver ninguém de nenhum sofrimento.
Reconhecer este desarmamento significa começar a fechar uma ferida que seria uma irresponsabilidade
manter aberta apenas por vingança. Num mundo em que demasiados conflitos parecem intermináveis — e já
tivemos a oportunidade de lamentá-los aqui, hoje, também —, o reconhecimento deste ato de paz é a única
coisa que se pede à comunidade internacional.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Concluo, Sr. Presidente.