8 DE ABRIL DE 2017
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A República Bolivariana da Venezuela tem vindo a ser vítima de recorrentes ações de ingerência e
desestabilização, incluindo campanhas de desinformação e manipulação da opinião pública, que visam colocar
em causa o processo democrático e progressista, de afirmação soberana e de cooperação, que tem vindo a ser
protagonizado por este país latino-americano.
Recorde-se o golpe de Estado de 2002 contra o Presidente Hugo Chávez e a Constituição bolivariana de
1999. Recorde-se a ação de violência, de boicote económico, de especulação cambial, de sabotagem de
serviços e redes de abastecimento, de permanente guerra económica movida contra a Venezuela. Recorde-se
a ordem executiva da Administração norte-americana, que considera a Venezuela uma «ameaça incomum e
extraordinária» para a «segurança nacional e a política externa dos Estados Unidos», e as sanções e ameaças
de ação militar dos EUA contra este país. Recorde-se a ação intervencionista do Secretário-geral da OEA contra
este Estado e povo soberanos.
As ações de ingerência e desestabilização têm vindo a ser incrementadas promovendo o açambarcamento,
a carência de produtos e outras operações procurando tirar partido de dificuldades e efeitos negativos sentidos
pela economia venezuelana resultantes em grande medida da baixa dos preços do petróleo e da crise
económica que se faz sentir ao nível mundial.
Ações que contam com a conivência dos sectores que na Venezuela nunca aceitaram os progressos
políticos, económicos, sociais e culturais alcançados por este país nos últimos 18 anos, de que é exemplo a
decisão inconstitucional tomada a 9 de Janeiro de 2017 pela oposição parlamentar com o objetivo de
deslegitimar o Presidente Nicolás Maduro e seu governo.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
1. Repudia as ações de ingerência e desestabilização política, económica e social contra a República
Bolivariana da Venezuela;
2. Reafirma o direito do povo venezuelano a decidir soberanamente sobre o seu caminho de desenvolvimento
livre de quaisquer ingerências e pressões externas e em paz.
O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada Wanda Guimarães pediu a palavra para que efeito?
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, é para comunicar à Câmara que apresentarei uma
declaração de voto relativa a esta votação.
O Sr. Presidente: — Fica registado.
Passamos à votação do voto n.º 272/XIII (2.ª) — De Condenação e preocupação pela situação de
instabilidade na Venezuela (CDS-PP).
Também neste caso, tal como foi solicitado, vamos votar ponto por ponto.
Começamos por votar o ponto 1.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do CDS-PP e do BE, votos contra do PCP e
de Os Verdes e abstenções do PS e do PAN.
É o seguinte:
1. Condena e expressa a sua preocupação pela situação política, económica e social na Venezuela,
resultante da perturbação da ordem democrática, com consequências graves para o povo venezuelano e em
particular para a comunidade portuguesa residente naquele país;
O Sr. Presidente: — Votamos agora o ponto 2.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN e votos
contra do PCP e de Os Verdes.
É o seguinte: