15 DE FEVEREIRO DE 2018
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, encontrando-se o Sr. Presidente da Assembleia em
missão externa, cumpre-me a mim e ao Sr. Vice-Presidente José Manuel Pureza a condução dos trabalhos de
hoje, cujo único ponto é o debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2 do artigo
224.º do Regimento, sobre economia, inovação e conhecimento.
Para uma intervenção inicial, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, que cumprimento, bem como os demais
membros do Governo presentes.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Tivemos hoje boas notícias para Portugal.
O ano de 2017 registou um crescimento económico de 2,7%, um crescimento acima da média da zona euro e
da própria União Europeia, e que não só constitui o maior crescimento real deste século, como ainda recoloca
o País em convergência real com a Europa pela primeira vez desde a nossa adesão ao euro.
Aplausos do PS.
Trata-se de um crescimento mais saudável porque alicerçado no investimento e nas exportações.
As exportações de bens cresceram mais de 10% em 2017, com especial destaque para a indústria, cujas
exportações aumentaram 14,7%.
Portugal ganhou quota de mercado em muitos países e, em particular, em países com procuras sofisticadas,
mostrando que é o melhor desempenho das empresas — e não só a melhoria da situação externa, como alguns
querem fazem crer — que justifica este crescimento das exportações.
Os dados de que dispomos para o investimento mostram também um forte crescimento, estimando-se um
aumento de 5,5% no investimento empresarial no conjunto do ano, com destaque para o investimento direto
estrangeiro, que subiu 7%.
Aplausos do PS.
Mas este crescimento é sobretudo saudável porque se traduz na melhoria da vida dos portugueses: dos
portugueses em geral, que, depois de terem recuperado salários e pensões cortadas, já beneficiam de 6,2% de
aumento do seu rendimento líquido; dos 288 000 portugueses que encontraram emprego; dos 80 000
portugueses que se libertaram do risco de pobreza logo em 2016.
No emprego, este foi mesmo o maior crescimento num só ano desde que o Instituto Nacional de Estatística
tem registo e Portugal foi o terceiro País da União Europeia que mais diminuiu a taxa de desemprego nos últimos
dois anos.
Aplausos do PS.
Não tivemos apenas mais, tivemos também melhor emprego. Com efeito, 78% do emprego por conta de
outrem criado nos últimos dois anos corresponde a contratos sem termo — valor que sobe para 85% se
considerarmos apenas o ano de 2017.
Mas sabemos que só continuaremos a ter mais crescimento e melhor emprego se conseguirmos reduzir
aquele que é verdadeiramente o nosso maior défice, o das qualificações.
A melhoria das qualificações é simultaneamente condição de redução de desigualdades, oportunidade de
melhor emprego e essencial a um modelo de desenvolvimento assente na inovação. Daí a importância
extraordinária de dois dados conhecidos na passada semana.
Primeiro: registámos uma significativa melhoria na taxa de abandono escolar precoce, que há uma década
era ainda de 36,5% e, em 2017, baixou para 12,6%, colocando-nos já próximos da meta dos 10% fixada para
2020.
Aplausos do PS.