2 DE MARÇO DE 2018
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É extraordinário que essa seja a grande crítica àquilo que aqui fizemos. Enfim, e veio de todo o lado…
Sr. Deputado Carlos Peixoto, peço-lhe que compreenda que nós até achávamos que a reconstrução do PSD
já tinha terminado, mas isso é só um pequeno detalhe.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Foi na semana passada!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Nós escolhemos a nossa agenda, escolhemos o nosso timing, fazemos
as nossas propostas e, se alguém quiser assumir que há uma competição, então, diremos: «Não queremos
ganhar a competição do centro-direita ou da direita, queremos ganhar a competição. Queremos ser os primeiros
e queremos ter as melhores propostas, as mais pensadas e mais estruturadas!». É esse o nosso objetivo e
pensamos que, desse ponto de vista, numa matéria que deve ser de diálogo e de convergência — estamos de
acordo quanto a isso! —, é bom que todas as outras propostas venham a debate, é bom que elas apareçam,
mas até agora ainda não sabemos quais são.
O que ninguém foi capaz de dizer neste debate — não ouvimos ninguém dizê-lo e isso é sinal de que, em
alguma medida, estamos a ganhar a competição — foi que as nossas propostas não são pensadas, não são
estudadas, não têm mérito, não são sólidas ou não são consistentes.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Por acaso, eu disse!
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Pois disse!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Eu disse e não obtive resposta!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Sr. Deputado Rocha Andrade disse que não concordava com as
propostas, disse que não teve tempo para as ler, mas, se calhar, foi por isso. Leia-as e vai ver que valem a pena,
leia-as e vai ver que fazem todo o sentido.
Aplausos do CDS-PP.
Não queremos que concorde sempre, mas, quando nos diz que temos uma grande amplitude, que temos
muitas coisas, que vamos a muitos temas, que apresentamos temas setoriais em várias áreas, recordo uma
entrevista que li, no passado fim de semana, de um antigo bastonário da Ordem dos Advogados — cuja opinião
prezo, de resto — em que lhe perguntam o que é preciso para a justiça e ele diz: «Mais do que uma grande
reforma, são necessárias atuações concretas em vários setores da justiça», exatamente aquilo que aqui viemos
fazer. E, quando lhe perguntam qual é a prioridade para a justiça, ele responde: «Simplificação», exatamente
aquilo que nós aqui viemos propor.
Portanto, algumas dessas críticas — que também existiram, concedo-vos essa justiça — não são, do nosso
ponto de vista, corretas, mas estamos cá para discutir.
Foram feitas citações e eu cito-vos uma frase muito conhecida do pensador e jurista brasileiro Rui Barbosa:
«A justiça atrasada não é justiça mas, sim, injustiça qualificada». Ou seja, a primeira preocupação é a celeridade.
Estamos, há muito tempo, a discutir a mesma coisa, estamos há muito tempo a discutir por que é que a justiça
demora tanto tempo e, como tal, não é justa mas injusta. Portanto, a celeridade é também a nossa primeira
preocupação.
Nos cafés, em todo o lado, a opinião pública diz que a justiça tem de ser célere, toda a gente fala em
celeridade, mas é preciso perceber que celeridade não é andar nem muito depressa nem muito devagar.
Celeridade é, exatamente, o tempo da justiça, é o tempo certo, o tempo justo, o tempo razoável e para isso
propomos soluções: uma bolsa de magistrados para responder às pendências — disse-nos a Sr.ª Deputada
Vânia Dias da Silva que havia um milhão de processos pendentes no final de 2016, o que é grave e
preocupante;…