I SÉRIE — NÚMERO 66
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A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Onde é que está? Ó Sr. Deputado, é a cobertura, é o reforço,
é a promoção da saúde de que os senhores se esquecem. Os senhores falam baseados em perceções e não
na realidade.
Protestos do PSD.
Sr.as e Srs. Deputados, deste conjunto de breves considerações, retiro, se me permitem, que o PSD,
infelizmente, não consegue provar aquilo que vale, se é que vale. Já que durante tanto tempo sugeriram que os
socialistas eram os incompetentes, façam essa demonstração, façam!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Concluiu o seu tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Vou já terminar, Sr. Presidente.
Façam essa demostração, façam propostas, e nós cá estaremos para aplaudir. Mas, até lá, esperamos
sentados, e o eleitorado, no momento certo, terá oportunidade de vos responder.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de
Esquerda.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados, creio que o Sr. Ministro, na resposta que deu à primeira ronda de perguntas, de intervenções, deu
um passo positivo: reconheceu que a suborçamentação é o grande problema do Serviço Nacional de Saúde.
Esse, sim, é o grande problema do Serviço Nacional de Saúde.
Portanto, pudemos limpar de cima da mesa todo o ruído que se criou com esta ideia da má gestão no Serviço
Nacional de Saúde, aliás, logo aproveitada pelo PSD e pelo CDS, porque atrás desta ideia da má gestão vem a
ideia antissocial, contra o Estado, contra o serviço público e a ideia de impor, novamente, o projeto ideológico
do PSD e do CDS-PP, que é o de fazer do Serviço Nacional de Saúde uma espécie de emissor de cheques para
sustentar o negócio privado. Ainda bem que pudemos tirar de cima da mesa esta ideia, que era falsa, da má
gestão no Serviço Nacional de Saúde. O problema é a falta de investimento e é a falta de orçamento.
Mas registo também que o Sr. Ministro deixou vários assuntos por responder e, portanto, vou insistir nesses
mesmos assuntos.
Um deles diz respeito à autorização para contratação de profissionais, que não está a acontecer. Todos os
hospitais e todos os centros de saúde nos dizem que não há autorização para contratar profissionais para
substituição de ausências temporárias de trabalho. Colocámos esta questão, aqui, em janeiro deste ano e o Sr.
Ministro disse que estava tudo resolvido, mas não está. Todas as visitas que fizemos depois desse debate têm
redundado na mesma resposta: não estão a ser autorizadas contratações.
Portanto, Sr. Ministro, o que está a acontecer? Por que não estão a ser autorizadas essas contratações?
Outro assunto diz respeito ao atraso nos concursos para contratação de médicos. Disse o Sr. Ministro que
não havia problema nenhum com o atraso de 10 meses e que isso não iria representar nenhuma fuga para os
privados. Não parece que seja isso que está a acontecer, porque o que se sabe é que ficarão centenas de vagas
desertas.
Sr. Ministro, o que aconteceu a estes médicos? Para onde é que migraram? O que lhes aconteceu? É ou
não um problema de gestão? Tendo em conta que estão agora a acabar a formação mais médicos especialistas,
garante ou não que serão lançados, dentro de 30 dias, os próximos concursos para contratação de médicos?
Sr. Presidente, não queria acabar esta intervenção sem focar o que realmente interessa quando falamos do
Serviço Nacional de Saúde: os utentes. Foi divulgado recentemente que não se realizaram 2 milhões de
consultas por falta de condições económicas dos utentes, porque as taxas moderadoras continuam a pesar,
porque o transporte não urgente de doentes continua a ser uma barreira.