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31 DE MARÇO DE 2018

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em Portugal e a unidade de missão que criou a rede nacional de cuidados continuados, curiosamente, partilhada

também entre a saúde e a segurança social.

Como disse o Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite, para velhos problemas, velhas soluções não são úteis.

É por isso que esta unidade de missão tem como preocupação central encontrar fórmulas que evitem o ciclo

de repetição da dívida, para que cheguemos ao final da Legislatura com um modelo de financiamento adaptado

e, parafraseando, se me permite, a Sr.ª Presidente do Conselho das Finanças Públicas, direi que má gestão e

suborçamentação são quase uma ligação natural, porque é impossível gerir bem quando os orçamentos são

insuficientes.

É por isso que procuraremos, com esta unidade de missão entre a saúde e as finanças, encontrar medidas

que, em 2019, permitam olhar a sustentabilidade do SNS de maneira diferente e, sobretudo, interromper o ciclo

de gestão, o ciclo de criação de dívida.

Quanto à má gestão, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, dou-lhe um exemplo muito concreto: o Centro

Hospitalar de Lisboa Central tem sete edifícios velhos, que, só pelo facto de estarem isolados e obrigarem à

duplicação de serviços, fazem o Estado gastar a mais, por ano, desnecessariamente, 48 milhões de euros. Isto

é, de facto, má gestão. Mas há alternativa a isto a não ser fazer um novo hospital? Pois é isso que está a ser

feito, Sr.ª Deputada. O concurso público está lançado e, neste momento, aguardamos a apresentação de

propostas. Essa será, entre outras, a solução para, efetivamente, melhorarmos a gestão de grandes hospitais,

como é o caso do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

O Sr. Deputado José Luís Ferreira referiu a questão do investimento. Estamos a fazer um esforço enorme

para recuperar o tempo perdido. Já tenho falado várias vezes nos 110 novos centros de saúde que estão a ser

feitos, muitos deles em parceria com as autarquias locais. Estou a falar também de mais de 110 milhões de

euros de investimento, que vêm através dos fundos comunitários, no programa PO SEUR (Programa

Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), e estou a falar de um investimento direto que

está consagrado no Orçamento do Estado, além do lançamento de quatro novos hospitais.

Neste momento, Sr. Deputado, todos os hospitais do País, todos, têm programas de investimento em curso,

em execução e em lançamento.

Estamos atrasados, devíamos ter recuperado o que, praticamente desde 2010, está parado, é verdade que

estamos, mas somos responsáveis e faremos sempre o que é a nossa obrigação: uma gestão responsável dos

recursos, porque na primeira metade do mandato, Sr. Deputado, a nossa preocupação foi o investimento maior,

o investimento no capital humano, em mais recursos, mais pessoas, melhores condições de trabalho, com

melhor remuneração e melhor expetativa de inserção das pessoas nos seus projetos profissionais.

Temos pela frente um grande desafio, no ano e meio que falta, praticamente, até ao final da Legislatura, que

é cumprir o Programa do Governo, fazendo o investimento maior no SNS, que é nas pessoas, no capital humano

e nos profissionais e, naturalmente, um investimento na melhoria das infraestruturas, dos equipamentos, para

que no ano que vem, quando passarem 40 anos sobre o SNS, possamos ter orgulho em celebrar esse

aniversário com o melhor Serviço Nacional de Saúde de sempre, virado para as pessoas, e assumindo sempre

que, em cada dia que passa, há problemas para resolver.

É essa a diferença entre aqueles que assumem as dificuldades com humildade e aqueles que têm um lapso

de memória histórica e fazem de conta que em nada contribuíram para o desastre em que estava o SNS em

2015.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, estamos em condições de passar à segunda ronda.

Começo por dar a palavra à Sr.ª Deputada Fátima Ramos, do PSD.

A Sr.ª Fátima Ramos (PSD): — Começo por cumprimentar o Sr. Presidente, o Sr. Ministro, os Srs.

Secretários de Estado e a Sr.ª Secretária de Estado, as Sr.as e os Srs. Deputados.

Sr. Ministro, o senhor falou em muitos números bonitos, mas quando vamos ao terreno — o senhor há bocado

lançou o desafio de irmos ao terreno —, o que vemos, e basta pegar no Jornal de Notícias de ontem,…

Neste momento, a oradora exibiu uma notícia de jornal.