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I SÉRIE — NÚMERO 67

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Termino lembrando a esta Câmara o seguinte: muitos tentaram acusar o PSD de aproveitar o luto para fazer

demagogia.

O Sr. José Miguel Medeiros (PS): — E é verdade!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — O PSD aproveitou o exemplo de Pedrógão, aproveitou o luto para

alertar este Governo no sentido de corrigir o que estava mal. Este Governo aproveitou-se do luto das pessoas

para tentar esconder as suas responsabilidades em relação à tragédia que aconteceu no verão passado.

Aplausos do PSD.

O Sr. José Miguel Medeiros (PS): — Isso é inadmissível! Os senhores é que falaram em suicídio!

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, obrigado pelas suas palavras.

Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Francisco Rocha, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Francisco Rocha (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Ministro

Eduardo Cabrita, a temática dos incêndios exige que o debate sobre as medidas de prevenção e combate a

esse flagelo se faça numa perspetiva holística, mais condizente com a natureza e a dimensão do problema e

que deve levar em linha de conta a herança que foi passada pelo anterior Governo: o desordenamento florestal;

a ausência de gestão da floresta e a sua escala; o despovoamento rural; a paisagem; a falência do modelo

agrossilvipastoril e as alterações climáticas, ou seja, tudo questões e desafios que o Governo do PSD e do CDS

não conseguiram resolver, enfrentar ou, sequer, atenuar.

Aplausos do PS.

Tudo isto porque a Ministra da tutela de então e agora Deputada Assunção Cristas estava completamente

rendida ao efeito redentor da plantação de eucaliptos e ao seu potencial milagroso sobre a paisagem, o território

e as comunidades rurais.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não há paciência!

O Sr. Francisco Rocha (PS): — Por isso, aquilo que hoje devemos também debater nesta interpelação ao

Governo é se o País, com o potencial florestal que detém, tem capacidade de o saber gerir, fazendo uso de

pensamento estratégico, aprendendo com os erros, honrando a memória das vítimas de 2017, levando em linha

de conta as recomendações da CTI, enfrentando e resolvendo os problemas estruturais e também

aperfeiçoando os sistemas e dispositivos que contribuem para a preservação e defesa de um ativo económico,

social e ambiental que dá pelo nome de floresta.

Por isso, Srs. Deputados, a pergunta que hoje se impõe e que importa responder a todos os portugueses é

a seguinte: Portugal está ou não está mais bem preparado para enfrentar os incêndios deste ano?

Protestos do Deputado do PSD Duarte Filipe Marques.

Em nosso entender, sim. Um «sim» sem qualquer hesitação. Sim, porque, desde logo, as estratégias de

prevenção e combate estão mais integradas e comprometidas do que nunca. Quem previne combate, quem

combate também previne. Sim, porque o ICNF e a ANPC vão ter à sua disposição uma bolsa de 30 peritos, que

vai contribuir com o seu saber para a resolução das situações mais complexas.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — E vão os peritos apagar os fogos?!

O Sr. Francisco Rocha (PS): — Sim, porque vamos ter mais meios aéreos. Sim, porque vamos ter mais

recursos logísticos e humanos à disposição do GIPS, do SEPNA, dos guardas-florestais, mas também da ANPC,