I SÉRIE — NÚMERO 67
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Determinação e sentir de um país que já se veem — basta andar por esse País fora — nas ações de
prevenção que têm sido realizadas. E, perante a evidência da sua realização, vem agora o PSD dizer que são
irrelevantes, tal como, provavelmente, quando se concretizarem os reforços dos GIPS, das companhias de
primeira intervenção, dos bombeiros profissionais ou dos meios aéreos também virão dizer que era tudo
irrelevante.
É que, Srs. Deputados, perante a evidência de que o Governo tomou consciência da dimensão da questão
e agiu com rapidez,…
O Sr. Joaquim Barreto (PS): — Muito bem!
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Qual rapidez?!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — … a oposição vai hesitando entre desvalorizar o que se faz…
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Puseram boys do PS onde havia gente competente!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Temos agora aqui a elevação do Sr. Deputado Duarte Marques,
correspondendo ao desafio de há pouco.
Aplausos do PS.
Rapidez, Srs. Deputados, porque estas medidas não têm semanas de atraso, mas, como eu disse na semana
passada, têm anos de atraso e o Governo assumiu as suas responsabilidades. Aliás, devo dizer que neste
debate só o PS e o Governo é que, até agora, assumiram responsabilidades.
Aquilo que mais me impressiona é que em todo este debate de há meses para cá, ninguém, mas mesmo
ninguém nessas bancadas, tenha tido aquele rebate de consciência de dizer, num momento qualquer, que
alguma coisa das opções políticas do PSD e do CDS alguma vez tenha estado errada e alguma vez tenha
contribuído para a tragédia do ano passado.
Aplausos do PS.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Está doido! Deve ser dos Kamov!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, não há mais pedidos de palavra. Chegámos, portanto,
ao final do período do debate e é por isso o momento de conceder a palavra ao Sr. Deputado João Pinho de
Almeida, que a solicitou para efeitos de defesa da honra ou consideração.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: A figura regimental que invoquei é uma figura excecional e não será por acaso que em muitos
anos de atividade parlamentar nunca a tenha usado.
Devo dizer que o contexto em que a invoco é ainda mais inesperado. Não esperava fazê-lo num debate desta
natureza e muito menos em relação a uma intervenção feita pelo Sr. Ministro Eduardo Cabrita, que conheço há
muitos anos deste tipo de debates.
Mas o Sr. Ministro concordará que, quando exercemos funções públicas, há coisas que não podemos admitir
que nos sejam ditas. Não o podemos admitir quando exercemos funções públicas e quando preservamos, acima
de tudo, a defesa intransigente daqueles que servem nas áreas por nós tuteladas e a dignidade com que cada
uma das mulheres e dos homens que exercem funções nessas áreas são por nós respeitados.
Quando o Sr. Ministro disse que eu contribuí para a liquidação de mais de 200 guardas-florestais, por muito
que isso fosse um excesso de linguagem, é um excesso de linguagem inadmissível.
Procurei sempre defender não só os guardas-florestais como todos aqueles que serviram no Ministério da
Administração Interna enquanto tive a honra de ser Secretário de Estado. Fi-lo com especial zelo na guarda-