5 DE ABRIL DE 2018
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Vozes do PS: — Ah…!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … uma vez que o Sr. Ministro, certamente, num excesso —
mas os excessos, sendo ditos, também responsabilizam quem os diz —, disse que eu era responsável pela
«liquidação» de mais de 200 guardas-florestais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Coitados dos homens!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Naturalmente, no momento devido do debate, quero defender
a honra pessoal para poder repor a verdade, pois o que o Sr. Ministro disse, obviamente, não é verdade.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Como o Sr. Deputado referiu, a defesa da honra pessoal deverá ocorrer
no final do debate que está em curso e, assim, dar-lhe-ei a palavra para esse efeito no final deste debate e antes
do período do encerramento.
Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Patrícia Fonseca.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Depois
do devastador e mortífero ano de 2017, que se seguiu ao dramático verão de 2016, o Governo disparou,
literalmente, em todas as direções, com a publicação de leis, decretos-leis, portarias e despachos, para, de
acordo com declarações do Sr. Primeiro-Ministro, fazer o que tem de ser feito e também porque, como o Sr.
Ministro Eduardo Cabrita também já disse aqui, hoje, a limpeza do mato é prioridade absoluta.
O País esperava, então, que muita coisa mudasse e que a floresta e o ordenamento florestal fossem,
finalmente, uma prioridade política. Mas será que o são mesmo para este Governo? Não, Srs. Deputados!
Ainda há pouco mais de um mês, o CDS disse, em declaração política, que, para além da agricultura e dos
agricultores, também a floresta e os produtores florestais não estão na lista de prioridades deste Governo. Aquilo
a que temos assistido é, à boa maneira socialista, a muita propaganda, a muito anúncio de milhões para muito
pouca ação e distribuição de tostões.
Aplausos do CDS-PP.
Em matéria de prevenção florestal, o País tem quatro fontes de financiamento às quais pode e costuma,
habitualmente, recorrer: são elas o Fundo Florestal Permanente (FFP), o PDR 2020 (Programa de
Desenvolvimento Rural 2014-2020), o PO SEUR, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso
de Recursos, e o Orçamento do Estado.
Ora, o que temos no Fundo Florestal Permanente para 2018? Abriram seis concursos.
Houve um para o apoio ao funcionamento dos gabinetes técnicos florestais intermunicipais, que foi
contratualizado agora, no final de março, com um grande anúncio, e que esperamos que brevemente esteja
operacional, de facto.
Houve um segundo concurso para a realização de queimadas extensivas, que terminou a 30 de março e que
terá de estar concluído no início do período crítico de incêndios, ou seja, no dia 1 de julho, se o clima não obrigar
à antecipação desse período, o que significa que temos apenas três meses para analisar, aprovar, contratar e
executar um total de 2000 ha de queimadas.
Depois, temos um terceiro concurso, o das famosas «cabras sapadoras», para abertura de faixas primárias
de gestão de combustível, que termina no dia 15 de abril, o que nos leva a questionar quantos hectares ou
quilómetros de faixas irão ser realizados, efetivamente, neste ano, por este meio.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Há ainda um outro concurso para os municípios abrirem e
beneficiarem de 2600 km de faixas que estão previamente identificadas no site do ICNF, que termina nesta
sexta-feira, e 70% destas faixas terão de estar concluídas até 31 de maio, ou seja, são dois meses para