26 DE ABRIL DE 2018
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E, Sr. Ministro das Finanças, não é sério, em 2018, perante a maior carga fiscal e contributiva de que há
memória, vir dizer que só lá para 2022 é que vai haver margem para baixar o IRS.
O Sr. João Galamba (PS): — O IRS baixou neste ano! E no ano passado e no outro ano!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O Ministro das Finanças que o faz é um misto de cartomante e de
vendedor de banha da cobra.
Inaugura aqui, hoje, uma nova disciplina: o horóscopo fiscal. Há uma previsão lá para 2022 de,
eventualmente, podermos vir a descer o imposto sobre o rendimento. Não é sério, Sr. Ministro!
Aplausos do CDS-PP.
Pela nossa parte, o que propomos em matéria fiscal é simples.
Primeiro: propomos que o Governo cumpra a palavra que deu aos portugueses e que baixe já, com efeitos
imediatos, a sobretaxa de 6 cêntimos que colocou sobre o gasóleo e a gasolina, dizendo que queria garantir a
neutralidade fiscal. Cumpra a palavra que deu, Sr. Ministro! Baixe já este imposto!
Segundo: propomos que o Governo retome o quociente familiar em IRS, ajudando as famílias que têm filhos
e as que querem ter mais filhos, promovendo a natalidade de que o nosso País precisa tanto, mas garantindo
também uma maior justiça social, tal como foi explícito no último relatório da Comissão Europeia, que diz que o
novo modelo de IRS é mais injusto e desigual.
Terceiro: propomos que retome a descida programada da taxa de IRC, 1 ponto por ano, até aos 17%,
ajudando a recuperar o investimento interno e externo, especialmente o de base industrial, que está em queda
desde 2015.
Quarto: propomos que crie um estatuto de benefício fiscal para o interior do País, que crie uma zona franca
fiscal e regulatória que torne o interior de Portugal a melhor zona da Europa para se testar uma ideia, para se
testar um negócio, promovendo, assim, a coesão territorial.
Aplausos do CDS-PP.
Quinto: propomos que inscreva no plano de estabilidade 2018-2022 uma descida sustentada e programada,
ao longo dos próximos anos, da carga fiscal, com especial incidência na atração de investimento, no crescimento
da economia e no alívio da carga fiscal sobre as famílias.
É a terceira vez que o CDS leva este Programa de Estabilidade a votos. Na próxima quinta-feira teremos de
ter, aqui, uma clarificação.
O Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e Os Verdes têm tempo, até à votação, para pensa, têm uma boa
solução: votem a resolução do CDS que recusa este Programa de Estabilidade.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Pedro Mota Soares, o Sr. Deputado João Galamba inscreveu-se para lhe
pedir esclarecimentos, mas já não tem tempo para responder.
Não sei se o Sr. Deputado João Galamba mantém a inscrição para formular o pedido de esclarecimento, o
qual, depois, não terá resposta.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, mantenho a inscrição.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, o CDS inventou agora uma
nova moda, que é fazer render o peixe todos os anos inventando aumentos de impostos que não ocorreram.
Risos do PS.