26 DE ABRIL DE 2018
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endereçar este problema. Hoje, regista-se já o início da redução do endividamento do setor privado na economia
portuguesa.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este Programa Nacional de Reformas incide em sentido inverso ao
da austeridade e o que se revelou foram mais importantes medidas de reforço da coesão social. O aumento do
salário mínimo, a atualização do abono de família para um milhão de crianças e jovens, a atualização do
complemento solidário para idosos ou das pensões, que abrangeu 2,8 milhões de pensionistas, permitiram
melhorar o rendimento das populações, aumentando a coesão social e dando um importante estímulo à
economia, através do aumento da procura dirigida às empresas.
Aplausos do PS.
Com as medidas constantes no Programa Nacional de Reformas, estamos a promover também a coesão
territorial.
Depois da paralisia que encontrámos em que nem os projetos se faziam, lançámos o Ferrovia 2020, um
programa ambicioso de modernização e de construção de via ferroviária em cerca de metade da rede nacional,
das quais temos mais de 300 km de obras no terreno, num ritmo que continuará a desenvolver-se até 2020; os
metropolitanos de Lisboa e do Porto verão as suas redes expandidas e o material circulante será renovado com
um investimento que ultrapassa os 450 milhões de euros; os territórios do interior, que, desde o início da
Legislatura, elegemos como prioridade, são centrais na ação governativa. Nesse sentido, completámos a
reforma da floresta, que tínhamos lançado muito antes dos incêndios do verão passado, e reforçámos,
reformando, o sistema de proteção civil, nomeadamente com o aumento de meios e com o lançamento de
programas de segurança das populações.
O Programa Nacional de Reformas que está hoje em discussão é um documento com coerência estrutural.
Coerência estrutural com o passado recente, que depois vem dar sequência às reformas iniciadas em 2016
e que estão hoje a permitir alcançar os bons resultados que são conhecidos no campo económico, social, mas
também a favorecer os resultados na perspetiva orçamental.
Coerência estrutural para o futuro, pois o desígnio maior é o de continuar o caminho de coesão e
convergência que já demonstrámos conseguir alcançar com o Portugal 2030, que queremos desenvolver na
próxima década.
Aplausos do PS.
É um documento que conjuga ambição com realismo, crescimento com sustentabilidade, reformas com
equidade, para que Portugal seja, finalmente, um país com mais crescimento, melhor emprego e maior
igualdade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, inscreveram-se três Srs. Deputados para pedir esclarecimentos. Sou
informado que o Sr. Ministro vai responder em conjunto.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Ministros, Sr. Ministro Pedro
Marques, um dos argumentos do Governo para defender a redução do défice e o pagamento dos juros da dívida
como prioridade e a um ritmo acelerado é a ideia de que essa opção nos protege mais no futuro perante
eventuais dificuldades como aquelas que o País atravessou em 2011.
Ora, a realidade demonstra que essa afirmação não se confirma, porque, se concentrarmos os recursos
orçamentais e a ação política na redução do défice e no pagamento de juros da dívida como principal e
praticamente central prioridade da política económica e orçamental, ficarão por resolver todos os problemas que
deixam o País vulnerável a esses riscos externos.
A questão central que se coloca é a de reforçarmos a nossa capacidade produtiva e resolver, ou, pelo menos,
responder de forma substancial aos défices estruturais do País no plano produtivo, energético, demográfico,