28 DE SETEMBRO DE 2018
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A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não é preciso, eu ouvi!
O Sr. João Galamba (PS): — Uma vez basta!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Mais: até lhe vou dizer que acho que a Sr.ª Deputada percebeu,
mas o PS insiste em não debater uma matéria tão importante como esta, um desígnio nacional que deveria unir-
nos a todos e não afastar-nos. É por isso que a Sr.ª Deputada faz de conta que não percebeu o que nós
queríamos dizer, mas percebeu muito bem.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tendo a marcação deste ponto sido da responsabilidade do CDS, a
intervenção final cabe-lhe. Nesse sentido, dou a palavra à Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final deste debate há
alguns pontos que cumpre realçar. Gostaria de voltar ao início, porque parece-me que apesar de todos dizerem
que estão preocupados com este tema, e apesar de todos os partidos, sem exceção, considerarem muito
importante o tema do declínio demográfico, do declínio da natalidade, a verdade é que há alguns pontos em
relação aos quais me parece não haver suficiente estudo nem suficiente consenso para podermos trabalhar
sobre estes domínios.
A primeira nota que queria deixar aqui hoje é que este é um problema não apenas de Portugal mas de todo
o mundo ocidental, e em particular da Europa.
Segundo ponto: se este fosse um problema meramente económico não era, certamente, um problema da
Europa, porque há outras partes do mundo onde não se vive tão bem quanto na Europa e onde esta não é uma
questão.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Que disparate!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Portanto, as razões são bem mais fundas do que aquilo que alguns
querem fazer crer quando dizem que são melhores salários ou a não precariedade que, só por si, resolvem esta
questão. Não! Noutros sítios do globo há salários muito mais baixos, a precariedade é muito maior e a natalidade
não é uma questão.
Portanto, há outros assuntos para serem tratados neste domínio.
O terceiro ponto, que é muito importante realçar, é que há solução. Há países europeus que viveram há
décadas momentos graves de baixa natalidade e que, com políticas adequadas, conseguiram inverter essa
baixa natalidade.
Há também mais um ponto a frisar, e esse parece-me ter consenso. Portugal não precisa de políticas
natalistas, não precisa de convencer ninguém a ter filhos, nem é isso que o CDS quer. Queremos, simplesmente,
remover os obstáculos que são apontados pelas famílias que não têm filhos e gostariam de os ter ou que têm
filhos mas gostariam de ter mais filhos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — É com este pano de fundo que a questão tem de ser tratada.
O que é que os outros países nos ensinam? Ensinam-nos que são precisas políticas concertadas em diversas
áreas e estabilidade nessas políticas. É por isso que quando ouço algumas bancadas, nomeadamente a do
Partido Socialista, atirarem-se a medidas do anterior Governo, teria sido mais sensato e mais ajustado deixarem
funcionar as medidas do anterior Governo para depois avaliar, ponderar e, se calhar, concluir que elas tinham a
sua eficácia.