11 DE OUTUBRO DE 2018
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permitam aquilatar se ele tem, ou não, condições para exercer com a probidade, a independência e a
competência adequadas as funções para as quais o Governo o indigitou.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, todos nós sabemos que a lei não o
impede. Isso é óbvio, não é!? Mas o Sr. Primeiro-Ministro também sabe que o parecer da Assembleia da
República não tem carácter vinculativo.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É verdade.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, passemos a outro tema.
O ex-chefe de gabinete do Sr. Ministro da Defesa admitiu hoje ter recebido documentação sobre o roubo em
Tancos.
Sr. Primeiro-Ministro, não acha que já fomos longe demais?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Faça favor de responder, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Muito bem!
Quanto ao Dr. Carlos Pereira, aguardaremos a avaliação da Assembleia. É verdade que não tem carácter
vinculativo, mas o Governo, que não é autista, também costuma dar ouvidos a quem expressa o que tem a
expressar no momento próprio.
Quanto à segunda questão, a informação de que disponho é a de que o Sr. Tenente-General Martins Pereira
entregou ao órgão judiciário competente o documento que lhe foi confiado, tendo reafirmado aquilo que disse
em público, ou seja, que quer da conversa, quer da documentação que lhe foi confiada, não descortinou qualquer
irregularidade na ação da Polícia Judiciária Militar.
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Entregou a documentação ao Ministro, ou não?!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Fernando Negrão, tem a palavra.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Não há aplausos desse lado?! Agora o PS não aplaudiu!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — É verdade, Sr. Primeiro-Ministro. Isso aconteceu num primeiro momento
e nunca admitiu ter recebido documentação! Nunca, à exceção do dia de hoje, em que veio dizer — tarde e a
más horas — que recebeu documentação, em mão, da parte do ex-chefe de gabinete.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Claro!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — É esta a situação, Sr. Primeiro-Ministro. É tão clara como isto.
Mas queria deixar-lhe outra pergunta, Sr. Primeiro-Ministro: para além da parte criminal que Tancos envolve,
com a intervenção do Ministério Público, com a intervenção da investigação criminal, não considera que este
caso exigiria uma intervenção imediata da hierarquia militar e da tutela política para apuramento de todas as
responsabilidades disciplinares e políticas?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.