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I SÉRIE — NÚMERO 37

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ser o caso, são sujeitos à avaliação ambiental estratégica nos termos da lei. A pergunta que se impõe fazer é,

pois, por que razão o Governo está a bater o pé na recusa em fazer uma avaliação ambiental estratégica.

Sr. Ministro, um projeto com esta dimensão, com esta natureza e com o impacto que necessariamente tem,

deve ser estudado de forma integrada, e, por outro lado, têm de ser estudadas várias localizações à mesma

dimensão de estudo.

Olhe, Sr. Ministro, com tudo isto que referi e com tudo aquilo que está à vista de todos os portugueses, impõe-

se dizer — e com isto concluo — que as questões ambientais e de qualidade de vida têm de ganhar uma outra

dimensão nas decisões políticas e este Governo, nesta matéria, está a revelar-se exatamente igual a outros

governos que o antecederam. Ou seja, o que o Governo está a fazer é nitidamente a ceder aos interesses

económicos da concessionária e a deixar para trás aquele que é o interesse público e que se suporta nas

matérias da qualidade ambiental e da qualidade de vida das populações.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, a partir deste momento, a sua intervenção começa a descontar no tempo

de debate de Os Verdes.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Sr. Ministro, deixo-lhe um conjunto de questões que merecem respostas. Julgamos que o Sr. Ministro tem a

oportunidade para dar aqui essas respostas e para, designadamente, inverter esta insistência do Governo

relativamente à subversão de todo o processo. É justamente esse o objetivo do debate que Os Verdes hoje

marcaram.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente: — Em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro do Planeamento e das

Infraestruturas, Pedro Marques.

O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas (Pedro Marques): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas

e Srs. Deputados: Todos, nesta Assembleia da República, e certamente a generalidade dos portugueses, sabem

bem que o Aeroporto Humberto Delgado não tem atualmente capacidade para acomodar o crescimento da

procura.

Desde que chegámos ao Governo que começámos a trabalhar numa solução para recuperar o atraso, que

leva já muitas décadas, relativamente a um assunto que começou a ser estudado há 50 anos.

Realizámos os necessários estudos que permitiram concluir que a construção do aeroporto complementar

do Montijo e a expansão do Aeroporto Humberto Delgado é a solução que responde de forma rápida, mas ao

mesmo tempo com a longevidade necessária por várias décadas, às necessidades de procura aeroportuária da

região de Lisboa.

O memorando de entendimento com a ANA-Aeroportos permitiu antecipar o processo de decisão e de

execução em cinco anos relativamente ao que tinha sido negociado pelo anterior Governo aquando da

privatização da ANA.

Com o recente acordo, não asseguramos apenas a construção do aeroporto complementar do Montijo, como

viabilizamos o início, ainda neste ano, de obras no Aeroporto Humberto Delgado, obras essas que aumentarão

a sua capacidade já em 2020, permitindo que o número de passageiros continue a crescer de forma sustentada.

Com este acordo, asseguramos a duplicação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa numa solução

que responde às necessidades da procura das próximas décadas e asseguramos que o investimento é

integralmente financiado pelas taxas aeroportuárias que, ainda assim, evoluirão de forma mais competitiva do

que nos anos anteriores.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Alguma vez não foi?!

O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas — É uma solução que será implementada

rapidamente, em três a quatro anos, e não em mais de 10 anos, como aconteceria no caso de um aeroporto

construído de raiz.