I SÉRIE — NÚMERO 43
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O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados: Se este debate se realiza hoje é porque foi determinada uma auditoria externa e independente à
Caixa Geral de Depósitos.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Muito bem!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — E esta auditoria foi determinada por este Governo do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Depois de já ter chumbado uma!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Mais: esta auditoria foi determinada por este Governo do Partido Socialista
ainda antes de o Parlamento aprovar a realização de uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos, auditoria, essa,
que não teve o voto favorável do PSD.
Aplausos do PS.
O Sr. Carlos César (PS): — Exatamente! Nem do CDS!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Não fosse este Governo, não teria havido uma auditoria externa e
independente e à Caixa Geral de Depósitos.
Risos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Essa é para rir!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — O PS não recebe nem tem razões para receber lições de moral do Bloco
de Esquerda ou de qualquer outro partido.
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
Sobre esta matéria, a posição do Partido Socialista é clara e está bem vincada: que se apurem, o mais rápido
possível, as responsabilidades e os responsáveis pela má gestão e pela gestão danosa na Caixa Geral de
Depósitos.
Esta auditoria recai sobre um período temporal que começa em 2000 e acaba em 2015. Atravessa vários
Governos e várias administrações. Por isso, quem atira pedras deve ter cuidado, porque elas fazem ricochete e
podem cair na cabeça de quem anda sempre a atirá-las ao mesmo.
Que fique bem claro que esta nossa posição, de reclamar responsáveis e responsabilidades, não é só
perante o Banco de Portugal, não é só perante o trabalho do Ministério Público, que representa o povo
português, é também perante a atual administração da Caixa Geral de Depósitos, que deve apurar a
responsabilidade civil e criminal dos administradores e dos gestores que participaram nessa má gestão ou numa
eventual gestão danosa.
Sr.as e Srs. Deputados, é preciso saber a verdade.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É, é!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Mas a verdade do que se passou em todos os bancos, porque a direita
tem sempre a vontade de saber o que se passa só na Caixa. Mas, para além de se saber o que se passa na
Caixa, é necessário saber o que se passa nos outros bancos. É que, quando ninguém emprestava dinheiro à