I SÉRIE — NÚMERO 55
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — É um Governo que não fiscaliza o cumprimento das leis do trabalho, um
Governo que nunca quis regular a atividade, pois em qualquer momento podia ter emitido uma portaria de
extensão, uma portaria de condições do trabalho, tal qual permite o Código do Trabalho.
Ao fim de três anos e meio de desleixo para com um setor que emprega 82 000 pessoas, o PS só quer aliviar
a consciência pesada.
O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade!
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — Depois de ter andado três anos e meio a dormir, o PS acordou cheio de
vontade de estudar.
Nós dizemos que é tempo de o PS explicar às pessoas, porque só agora, a poucos meses das eleições, é
que se lembraram dos operadores de call center. Podem aproveitar e explicar também porque é que antes nunca
quiseram saber destas pessoas para nada, nem sequer para obrigarem as empresas a cumprirem as leis do
trabalho, de que tanto gostam, mas só mesmo para falar.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Tiago Barbosa
Ribeiro, a quem dou a palavra.
Faz favor, Sr. Deputado.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Álvaro Batista, se ouviu a minha
intervenção, percebeu que esta iniciativa resulta, precisamente, do trabalho feito pelo Sindicato dos
Trabalhadores de Call Center, das assinaturas que recolheram e da discussão que tivemos aqui há
sensivelmente um mês.
Portanto, com este debate, o Partido Socialista responde, precisamente, a várias das preocupações que
foram expressas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Call Center.
No entanto, o Sr. Deputado intervém da tribuna e, independentemente do tema, fala de cativações, de
trabalhadores precários do Estado, enfim, fala de várias coisas, mas não fala do essencial. O Sr. Deputado
referiu que a precariedade aumentou, o que é uma forma extraordinária de «martelar» os dados.
Risos do PSD.
Sabe quando é que a precariedade foi mais baixa estatisticamente ao longo das últimas décadas? Foi quando
os senhores aumentaram o desemprego para níveis históricos e, portanto, não havia precariedade em Portugal,
porque os jovens e todos os trabalhadores estavam fora do País ou desempregados.
Aplausos do PS.
Quando o desemprego estava historicamente elevado, a precariedade estava historicamente baixa. Não
havia emprego, Sr. Deputado. Com o Partido Socialista, ao longo do último ano, o número de contratos a prazo
cresceu 18%, o número de contratos sem termo cresceu 10%, tivemos o maior aumento absoluto e percentual
de emprego desde que há série estatística, ou seja, desde 1998, e o Sr. Deputado entende que temos um
problema. Creio que os trabalhadores que encontraram emprego, cerca de 350 000 desde que o Partido
Socialista tomou posse, certamente estão mais contentes com o Partido Socialista do que com a intervenção do
Sr. Deputado.
Perguntou onde está o Partido Socialista e quais os estudos que o Partido Socialista tem feito.
O Partido Socialista tem vindo a promover, ao longo desta Legislatura, várias medidas de valorização dos
direitos dos trabalhadores. O que acho relevante questionar é onde estava o Partido Social Democrata, onde