I SÉRIE — NÚMERO 57
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Governo que, em questões de grande relevância, preferiram convergir com o PSD e o CDS para rejeitar as
soluções propostas pelo PCP para os problemas do SNS! Mas foram, sobretudo, as opções do PS e do seu
Governo, de submissão às imposições da UE (União Europeia), que impediram uma resposta cabal aos
problemas do povo e do País e limitaram o investimento no Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Ah! Afinal foi o PS!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — São essas as opções e imposições externas que é preciso ultrapassar para que,
no quadro de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, se possa dar resposta aos profissionais de
saúde, aos utentes, e reforçar o SNS.
É preciso romper com a política de direita e com a ideologia do negócio da doença! Foram décadas de tais
práticas que reduziram trabalhadores, acabaram com carreiras específicas, substituíram trabalhadores com
vínculos por trabalhadores precários, transformaram hospitais em empresas, transferiram doentes e recursos
financeiros para os grandes grupos económicos que operam no setor da saúde e puseram empresas a gerir
unidades hospitalares em função do grupo, secundarizando a missão de garantir a saúde de todos os cidadãos.
Foram estes anos destas opções de direita que fragilizaram o Serviço Nacional de Saúde e promoveram a
insatisfação dos profissionais. É esta a política que o PSD e o CDS querem prosseguir, é esta a política a que
se tem de dizer «basta»!
É preciso garantir o reforço do SNS, um SNS gerido pelo Estado, assente na sua proximidade aos cidadãos,
garantindo que não exista qualquer entrave na acessibilidade, com profissionais em número adequado,
devidamente valorizados e motivados, com equipamentos renovados e atualizados e com instalações que
garantam a prestação de cuidados de saúde em qualidade e em segurança.
É este o sentido desta interpelação e é este o sentido das propostas apresentadas pelo PCP. Andar para
trás, não! O caminho é avançar na defesa e na melhoria da qualidade do SNS!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Ministra da Saúde, Marta Temido.
A Sr.ª Ministra da Saúde (Marta Temido): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No momento em que
se completam quatro décadas sobre a criação do Serviço Nacional de Saúde e num momento em que se
levantam tantas vozes que pretendem fazer crer que o Serviço Nacional de Saúde está pior do que estava no
início da Legislatura, quero focar a resposta a esta interpelação num tema central do Programa do Governo e
da proposta de lei de bases da saúde — as pessoas.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Ministra da Saúde: — A prioridade às pessoas e as políticas de saúde centradas nas pessoas; as
pessoas que fazem o SNS, os seus recursos humanos, e as pessoas que justificam a existência do SNS, os
seus utentes.
Comecemos pelas pessoas que fazem o SNS.
Em 2018, o SNS atingiu o maior número de trabalhadores da sua história, 128 445. Ao contrário do que
sucedeu entre dezembro de 2011 e novembro de 2015, em que o SNS perdeu 2850 trabalhadores,…
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Ah, pois é!
A Sr.ª Ministra da Saúde: — … entre essa data e 31 de dezembro de 2018, o SNS ganhou 8800
trabalhadores.
Aplausos do PS.