18 DE ABRIL DE 2019
3
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, declaro aberta a sessão.
Eram 10 horas e 6 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da Autoridade para abrirem as portas das galerias ao público.
A ordem do dia da sessão de hoje inclui dois pontos. Do primeiro ponto consta o debate quinzenal com o
Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2 do artigo 224.º do Regimento, sobre a sustentabilidade do
sistema público da segurança social. Do segundo ponto constam as votações regimentais, a realizar no final
daquele debate.
Vamos, pois, entrar no primeiro ponto da ordem do dia.
Para abrir o debate, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr.as e Srs.
Deputados: A garantia da sustentabilidade da segurança social é uma questão central para os portugueses de
todas as gerações, para os que hoje vivem das suas pensões e para os que hoje contribuem, do seu salário,
para a sua pensão futura. Garantir aos portugueses a sustentabilidade da segurança social pública e universal
é, por isso, desde a primeira hora, um compromisso fundamental do XXI Governo constitucional.
A primeira prioridade centrou-se, naturalmente, na recuperação da economia e, em particular, do emprego,
com as contribuições sociais a continuarem a crescer, entre janeiro e março deste ano, acima de 8% face ao
período homólogo do ano passado.
A melhoria da situação económica permitiu a progressiva diminuição das transferências do Orçamento do
Estado e o aumento das transferências de excedentes do orçamento próprio da segurança social para o Fundo
de Estabilização Financeira da Segurança Social.
Assim, em 2018, não houve sequer necessidade de qualquer transferência do Orçamento do Estado. Pelo
contrário, foram transferidos 1500 milhões de euros de excedentes do orçamento da segurança social para o
respetivo Fundo de Estabilização.
Aplausos do PS.
As transferências para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, desde 2016, representam
22% do total das transferências nos últimos 30 anos, o que traduz de modo inequívoco o compromisso firme do
atual Governo com o reforço da sustentabilidade da segurança social e com o futuro dos portugueses.
No final de março de 2019, ou seja, no final do mês passado, o Fundo de Estabilização Financeira da
Segurança Social alcançou o valor histórico de 18 000 milhões de euros, o que corresponde a 8,9% do produto
interno bruto de Portugal.
Aplausos do PS.
Nestes três anos, o horizonte de sustentabilidade do sistema previdencial melhorou 11 anos e o horizonte
eventual de aplicação das reservas do Fundo de Estabilização Financeira foi adiado em mais 19 anos do que
aquilo que se previa no Orçamento do Estado para 2015. Ou seja, o sucesso da política económica promotora
de crescimento e emprego, aliada a uma prudente gestão orçamental, reforçou de modo decisivo a
sustentabilidade da nossa segurança social.
Sejamos claros: este reforço da sustentabilidade da segurança social não aconteceu como resultado de
nenhuma medida de aumento da idade da reforma, que alguns agora propõem, nem de um corte de 600 milhões
de euros nas pensões a pagamento, como alguns há pouco tempo propunham.
Aplausos do PS.