I SÉRIE — NÚMERO 78
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O Sr. Ministro das Finanças: — O que este Governo sempre fez foi uma gestão cautelosa, talvez
conservadora, é verdade. Mas quero recordar-lhe, Sr.ª Deputada, que, no momento da apresentação de todos
e cada um dos Orçamentos na Assembleia da República, as projeções do Governo eram as mais otimistas de
todas as projeções conhecidas para Portugal, para os 12 meses seguintes.
O Governo, nas suas projeções, nunca fez algo que não fosse dar o sentido daquilo que era a projeção com
que víamos a economia portuguesa a evoluir. Nunca! E, é verdade, não gastámos o que não tínhamos nem
prometemos gastar aquilo que, sabíamos, podíamos não ter a possibilidade de gastar.
Aplausos do PS.
Quero recordar que apenas num ano, entre março de 2015 e setembro de 2016, o crescimento da economia
portuguesa para 2016 foi revisto pelo Conselho das Finanças Públicas de 2,3% para — imagine-se! — 1%,
apenas 1%.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Para 2017, no mesmo período, o Conselho das Finanças Públicas reviu as suas projeções para a economia
portuguesa de 2,4% para 1,3%.
Eram estas as estimativas que a direita aqui esgrimia contra este Governo,…
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro das Finanças: — … com base nestas projeções.
Aplausos do PS.
Todas falharam, e falharam também os senhores, porque não leram o que era a evolução da economia
portuguesa, não acreditaram nos portugueses, não acreditaram nas empresas portuguesas, não acreditaram
nas famílias portuguesas.
Aplausos do PS.
Acreditaram em imagens fantasmagóricas, às vezes com asas, outras vezes sem elas,…
Aplausos do PS.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Em vacas voadoras!
O Sr. Ministro das Finanças: — … mas sempre montados no dorso de qualquer coisa alada que levaria
Portugal para os infernos.
Aplausos do PS.
Nada disto aconteceu! Nada disto aconteceu, Srs. Deputados! Nada disto aconteceu! E não aconteceu pelo
rigor e pela credibilidade que, hoje, Portugal tem na sua política económica, na sua política orçamental, no futuro
das gerações portuguesas.
Por isso, hoje, a dívida pública desce em percentagem do PIB e, já amanhã, vai começar a descer em termos
nominais.
Aplausos do PS e do Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Mais uma promessa!