26 DE ABRIL DE 2019
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É o mesmo que dizer que, no ano que vem, vamos crescer menos do que crescemos no ano anterior. Mais:
já estava previsto que se crescesse menos do que no ano anterior. Essa é, talvez, a nova «estabilidade» de que
fala o Sr. Ministro Mário Centeno: é, todos os anos, crescer menos do que no ano anterior.
Mas, Sr. Ministro, já que fala em promessas por cumprir e em promessas cumpridas, eu falo-lhe também na
oportunidade perdida. Gostava de lembrar o famoso documento do «grupo dos sábios», sendo o Sr. Ministro
um dos sábios e estando aqui vários outros sentados.
Gostava de lhe perguntar se o crescimento prometido de 2,4%, em 2016, foi verdadeiro ou se ficou pelos
1,9%, se o crescimento prometido de 3,1%, em 2017, foi verdadeiro ou se ficou abaixo, se o crescimento
prometido, em 2018, de 2,6% foi assim ou se o resultado das suas políticas ficou abaixo.
Gostava também de lhe perguntar se o crescimento que tinha estimado e prometido, em 2017, de 2,3%, o
vai cumprir ou se vai ficar abaixo.
É que a marca da sua governação é esta: no que toca a crescimento económico, fica sempre abaixo do
prometido; no que toca à carga fiscal, fica sempre acima do prometido.
Aplausos do CDS-PP.
Não é por acaso, Sr. Ministro, que o PS, o PCP, o Bloco de Esquerda e Os Verdes não têm, neste debate,
uma única palavra sobre o futuro. Todas as palavras são sobre o passado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Trazia isso escrito de casa e agora faz essa figura!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — No caso do PS, são sobre o passado recente, porque têm uma certa
vontade de sacudir do capote a governação Sócrates — sempre esquecem por que razão foi preciso chamar a
troica! —, mas não têm uma única palavra sobre o futuro. Porquê? Dizem que Portugal vai crescer, no ano que
vem, menos do que cresceu no ano passado e eu pergunto: os senhores têm uma estratégia? Têm uma
proposta? Têm medidas? Não!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A única coisa que o Sr. Ministro sabe dizer é que vai ser preciso mais
dinheiro para um banco. Portanto, é a receita do costume: mais receita fiscal, mais impostos e menos
investimento público.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco, do Grupo
Parlamentar do PSD.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Dr.
Mário Centeno, Ministro das Finanças, começo por lhe dizer que estava na dúvida se iríamos ter o Ministro das
Finanças que fala para dentro ou o Ministro das Finanças que fala para fora do País,…
O Sr. Ministro das Finanças: — Falo para si, Sr. Deputado!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … mas concluí que não vamos ter nem um nem outro, porque o senhor
tem vergonha de defender o Programa de Estabilidade que aqui apresentou e, por isso, limitou-se a falar de
2015 e do Governo anterior.
Aplausos do PSD.