26 DE ABRIL DE 2019
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Não criticam nada disto, porque o PSD e o CDS estão de acordo com o PS e o Governo nessa aceitação e
na submissão a todas essas imposições da União Europeia. Isto, Sr.as e Srs. Deputados, é a convergência
negativa e prejudicial para o País que, se fosse levada à prática, conduziria a uma situação muito negativa.
Por isso dizemos que, naquilo que depender do PCP, a prioridade será a resposta aos problemas nacionais,
os direitos dos trabalhadores e do povo, o desenvolvimento do País e não a submissão às imposições da União
Europeia.
Naquilo que depender do PCP, as restrições do Programa de Estabilidade não serão para cumprir, tal como
não foram para cumprir aquelas que estavam no Programa de Estabilidade apresentado em 2015 pelo Governo
PSD/CDS-PP e que, se tivessem sido levadas à prática, teriam mantido salários e pensões cortados, teriam
agravado os cortes nos serviços públicos,…
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … teriam mantido e agravado as dificuldades nas condições de vida, teriam
mantido sobretaxas, cortes nas pensões e níveis de emigração que, provavelmente, já teriam atingido mais de
1 milhão de portugueses.
A proposta que trouxemos a este debate é a de uma alternativa de libertação do País de todos esses
constrangimentos, de libertação do País das amarras do défice e da dívida, de libertação do País para uma
política de progresso e de desenvolvimento, de valorização dos salários, de valorização dos direitos de quem
trabalha, de valorização e defesa da produção nacional, de libertação do País de todos os défices estruturais
que amarram o seu futuro.
Essa é a verdadeira alternativa à convergência da submissão e essa é a alternativa protagonizada na
iniciativa que o PCP trouxe a debate. Veremos como cada um dos partidos se posiciona perante essa verdadeira
alternativa ao Programa de Estabilidade que o Governo apresenta.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Não se registando inscrições para pedir esclarecimentos, tem agora a palavra o Sr.
Ministro das Finanças, Mário Centeno, para uma intervenção.
O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O XXI Governo Constitucional
apresenta-se perante esta Assembleia para debater o Programa de Estabilidade para o período entre 2019 e
2023. Neste Programa, o País não precisa de demonstrar a ninguém como chega aos seus objetivos de médio
prazo, porque já lá estamos. Estamos nesse ponto porque temos contas equilibradas, e é por termos contas
equilibradas que podemos antever os próximos anos com estabilidade fiscal e com continuação da melhoria das
pensões, dos salários e do aumento do investimento público.
Aplausos do PS.
Fazemo-lo, com a credibilidade de quem cumpre os seus compromissos, com a credibilidade de quem
desmente aqueles que não confiaram na capacidade do País de encontrar alternativas nem na capacidade dos
portugueses de ultrapassarem os sacrifícios e de projetarem as suas escolhas para um futuro melhor.
Fazemo-lo, apresentando um Programa de Estabilidade que cumpre o seu verdadeiro desígnio, significando
isso mesmo, Srs. Deputados: estabilidade.
Não ocultamos metas nem medidas. O País não quer voltar ao período em que, de calculadora na mão,
pedia revisão após revisão das metas orçamentais.
Aplausos do PS.
Era um tempo em que se anunciavam metas irrealistas, em que sucessivamente se falhavam resultados, em
que as contas públicas teimavam em não se conformar às metas com que o Governo de então sonhava.